Nativa da América do Sul e muito utilizada na medicina popular, a aroeira é tradicionalmente usada como chá para cuidar de pequenas inflamações. A bebida tem ação antioxidante e anti-inflamatória, que contribui para o funcionamento saudável do organismo, o alívio de sintomas gastrointestinais como úlceras, azia, gastrite, e de dores no corpo.
O uso do chá de aroeira inclui o alívio de problemas respiratórios como a bronquite. Devido à sua ação anti-inflamatória e expectorante, a bebida reduz a irritação nas vias aéreas e fluidifica o muco, o que facilita a respiração e diminui a tosse.
Outro destaque é a atuação sobre o trato urinário e a saúde ginecológica. A ação antimicrobiana contribui para combater bactérias causadoras de infecção urinária, auxiliando na melhora de sintomas como ardência e desconforto ao urinar. Em inflamações e infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana, a aroeira é utilizada para reduzir coceira, ardor e desequilíbrios na flora local.
Além disso, a planta possui potencial cicatrizante, especialmente em inflamações na boca e na garganta. Essa propriedade se dá pela combinação de taninos, flavonoides e óleos essenciais que reduzem processos inflamatórios através do controle de microrganismos e estímulo à regeneração dos tecidos. Por isso, gargarejos ou bochechos preparados com a infusão são utilizados no alívio de gengivite, aftas, dor de dente e irritações na mucosa bucal.
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Essas propriedades vêm de diferentes substâncias bioativas presentes na planta, como polifenóis, flavonoides, taninos e óleos essenciais. Entre os componentes mais estudados estão a quercetina e o ácido gálico, conhecidos por proteger as células contra o estresse oxidativo e promover equilíbrio nos processos naturais do corpo.
“Pessoas com inflamações leves, que buscam alternativas naturais para complementar uma alimentação equilibrada, podem se beneficiar. Mas, o consumo deve ser feito com cautela. É um recurso que pode entrar como apoio, principalmente em pessoas que já têm bons hábitos alimentares, praticam atividade física e cuidam do sono, por exemplo. Vale lembrar que o efeito é suave e complementar”, explica Gabriel Moliterne, nutricionista do Hospital Albert Sabin, em São Paulo.
Modo correto de preparo do chá de aroeira
A preparação correta é essencial para preservar os compostos ativos presentes na aroeira. O chá pode ser feito com as cascas do tronco da planta.
São usadas 1 a 2 colheres de chá (2 a 5 g) da casca seca por xícara de água (250 ml). A água deve ser aquecida até ficar bem quente, mas sem ferver. Com o fogo desligado, inserir as partes da aroeira, para evitar a degradação das substâncias.
A infusão deve permanecer de cinco a dez minutos descansando antes de ser coada, e o consumo deve ocorrer logo após o preparo, já que o armazenamento prolongado pode reduzir a eficácia dos compostos.
Para aproveitar os benefícios do chá de maneira segura, a recomendação é consumi-lo durante períodos curtos, geralmente de duas a quatro semanas, permitindo pausas e reavaliações sobre a eficácia.
Contraindicações da bebida
Embora seja uma opção natural, o chá de aroeira não é indicado para todas as pessoas. Há grupos que precisam evitar o consumo por risco de reações adversas ou pela ausência de estudos que comprovem segurança em longo prazo.
“Como a aroeira pertence à mesma família da manga e do caju, pode causar alergia em algumas pessoas que são sensíveis a estes tipos de fruta. Outro ponto é que, por conter taninos, pode reduzir a absorção de ferro se for tomada junto com o suplemento. A recomendação é usar sempre com acompanhamento médico”, detalha Esthela Oliveira, nutróloga e médica do esporte no Hospital Israelita Albert Einstein.
Além disso, a interação com alguns medicamentos pode comprometer a eficácia de tratamentos. Os principais casos em que a bebida deve ser evitada são:
- Gestantes e lactantes: não há estudos que confirmem a segurança do uso nesses períodos;
- Crianças pequenas: o sistema imunológico ainda em desenvolvimento torna o consumo arriscado;
- Pessoas com doenças no fígado ou nos rins: maior chance de sobrecarga nesses órgãos;
- Indivíduos alérgicos a caju ou manga: risco de reação cruzada, já que pertencem à mesma família de plantas;
- Quem usa suplementos de ferro: os taninos presentes no chá podem reduzir a absorção do mineral;
- Pessoas em tratamento com medicamentos contínuos: anti-inflamatórios, anticoagulantes e imunossupressores podem ter interação medicamentosa.
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Fonte: Metrópoles