A China manteve sua posição sobre o futuro do TikTok nos EUA neste sábado (20), um dia após o presidente Donald Trump dizer que um acordo para transferir o aplicativo de vídeos curtos TikTok para uma propriedade controlada pelos EUA estava progredindo.
“A posição da China sobre o TikTok é clara: o governo chinês respeita os desejos da empresa e a incentiva a realizar negociações comerciais de acordo com as regras de mercado para chegar a uma solução compatível com as leis e regulamentações da China e atingir um equilíbrio de interesses”, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado, reiterando uma posição que manteve na semana passada.
Questões importantes permanecem sobre o possível acordo EUA/China depois que Trump e o presidente chinês Xi Jinping realizaram uma ligação na sexta-feira (19).
Elas incluem a estrutura precisa de propriedade do TikTok, quanto controle a China manterá sobre o funcionamento interno do aplicativo e o que Pequim ganha ao recuar e deixar os EUA interferirem em uma das empresas mais bem-sucedidas da China.
O progresso em relação ao futuro do aplicativo de mídia social — que tem 170 milhões de usuários nos EUA — é visto como essencial para desbloquear concessões em outras áreas — de aviões à soja — enquanto as duas maiores economias do mundo traçam um caminho além de sua atual trégua tarifária.
“Espera-se que o lado americano trabalhe em direção ao mesmo objetivo que a China, cumpra seriamente seus compromissos correspondentes e forneça um ambiente de negócios aberto, justo, equitativo e não discriminatório para a operação contínua de empresas chinesas nos EUA, incluindo o TikTok”, acrescentou o comunicado do Ministério do Comércio.
Desde que um acordo-quadro foi fechado em Madri no início desta semana, autoridades chinesas e a mídia estatal o chamaram de “ganha-ganha”, prometendo revisar as exportações de tecnologia e o licenciamento de propriedade intelectual do TikTok.
O acordo-quadro era um obstáculo que Trump precisava superar para manter o TikTok ativo. O Congresso dos EUA havia ordenado originalmente que o aplicativo fosse desativado para usuários americanos até janeiro de 2025 se seus ativos nos EUA não fossem vendidos pela proprietária chinesa ByteDance.
He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio da China, reiterou a esperança da China de que os EUA reduzam as barreiras comerciais enfrentadas pelas empresas chinesas, quando questionado sobre o que Pequim havia ganhado com o acordo de Madri durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (18).
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