O partido de oposição peronista da Argentina venceu as eleições legislativas na província de Buenos Aires neste domingo (7), deixando o partido governista do presidente Javier Milei em um distante segundo lugar, segundo a contagem oficial provisória.
O candidato de centro-esquerda Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires e membro do Partido Justicialista, conseguiu superar o Partido Libertário de Milei nas eleições.
Com base na contagem provisória, com 93,21% dos votos (23h00, em Brasília), o peronismo alcançou 47,12% em toda a província com a frente “Fuerza Patria”, contra 33,80% do partido governista “La Libertad Avanza”.
A diferença foi muito maior do que as pesquisas privadas previam em uma província que é um reduto histórico do peronismo e representa 40% do total dos votos nacionais.
“As pesquisas, Milei, gritaram que não se pode desfinanciar a saúde, a educação, as universidades, a ciência ou a cultura na Argentina”, disse Kicillof após a apuração.
Milei vem enfrentando crescente pressão por causa de um escândalo de corrupção e crescente inquietação com os gastos públicos, à medida que entra em um período eleitoral crucial que pode definir o poder de seu governo.
Milei reafirmou suas políticas libertárias ainda neste domingo, após reconhecer a derrota na província.
“Continuaremos defendendo ferozmente o equilíbrio fiscal. Continuaremos mantendo a forte restrição monetária”, disse o presidente argentino, falando da sede provincial de sua coalizão La Libertad Avanza, com foco no equilíbrio fiscal, na abertura econômica e no controle da inflação.
Embora esta tenha sido uma eleição para o parlamento provincial liderado por Kicillof, seu resultado define o tom para as eleições de meio de mandato em 26 de outubro em todo o país, nas quais o partido governista buscará reverter sua atual minoria em ambas as casas do Congresso.
Cerca de 14 milhões de moradores de Buenos Aires elegeram 46 deputados e 23 senadores provinciais no domingo, divididos em oito seções.