Durante a Semana do Clima de Nova York, a coalizão empresarial Sustainable Business COP (SB COP) entregou ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, um documento com prioridades do setor privado para a agenda climática. A iniciativa reúne organizações de mais de 60 países, que representam cerca de 31 milhões de empresas, responsáveis por 77% do PIB mundial.
O texto apresenta cinco ambições centrais: acelerar a transição energética, destravar financiamento climático, garantir uma transição justa, tornar cadeias produtivas mais sustentáveis e reforçar a colaboração global, incluindo a convergência dos mercados de carbono.
Entre as propostas práticas estão triplicar a capacidade instalada de energias renováveis até 2030, dobrar a eficiência energética no mesmo período, integrar créditos de carbono de alta integridade em mercados regulados e preparar a força de trabalho para a economia verde — área que hoje recebe apenas 0,5% dos fluxos globais de financiamento climático.
Ao receber o documento, Corrêa do Lago destacou o protagonismo brasileiro na construção da nova economia verde.
“A luta contra a mudança climática se transformou em um problema econômico. Vemos muitos custos, mas estamos aprendendo como isso também é uma oportunidade. O Brasil está especialmente bem preparado para mostrar ao mundo o quanto podemos ser bons nessa nova economia”, afirmou.
O embaixador disse ainda que o engajamento empresarial mostra a maturidade da economia brasileira diante da transição verde.
“Quando soube que a CNI estava organizando a SB COP, fiquei extremamente feliz. É uma demonstração de quão madura é a economia brasileira. Com esse documento e outras demonstrações, acredito que a COP30 já é um sucesso para o Brasil e para nossa economia”, declarou.
A carta entregue pela SB COP foi assinada por líderes empresariais de setores como energia, bioeconomia, alimentos, construção, finanças e saúde. O grupo defende que o setor privado pode ser responsável por 30% a 40% da redução das emissões globais até 2030, desde que haja escala em renováveis, eficiência energética e combustíveis sustentáveis.
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