Para o executivo da Stellantis João Irineu Medeiros, o Brasil precisa ampliar sua visão quando o assunto é combustível renovável e mirar em como pode auxiliar outros países que têm o consumo focado em combustíveis fósseis.
Medeiros apontou, em conversa com o CNN Talks, que mais de 30% da frota brasileira roda com etanol, uma tecnologia que considera equivalente a carros elétricos no sentido de baixas emissões de carbono.
O vice-presidente de assuntos regulatórios da fabricante explica os gases emitidos com a queima do biocombustível são resgatados pela produção da próxima safra de cana-de-açúcar, não se acumulando na atmosfera.
Ele ressalta como o etanol surgiu no Brasil como uma demanda de segurança energética – durante a Crise do Petróleo dos anos 1970 – e evoluiu para um papel de sustentabilidade.
“O Brasil pode oferecer isso para outros mercados. […] A tecnologia que nós temos pode ir para Índia, por exemplo, para auxiliar a descarbonizar setores”, disse Medeiros.
O executivo vê na COP30 a grande oportunidade de o país apresentar seu potencial. Medeiros avalia que o Brasil “fala bem para si mesmo” sobre etanol, mas que precisa desenvolver sua comunicação para falar com novos clientes e expandir mercado.
O CNN Talks – Potência Verde reuniu nesta segunda-feira (8), em São Paulo, especialistas e autoridades para debater agricultura regenerativa, bionergia e clima antes da COP30, a Cúpula do Clima da ONU, que acontecerá em novembro, em Belém, capital do Pará.
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1 de 8Fernando Nakagawa, analista de Economia e âncora do CNN Money • Atacama Agência
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2 de 8Jaime Verruck, Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul • Atacama Agência
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3 de 8Maurício Rodrigues, Presidente da Divisão Agrícola da Bayer na América Latina
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4 de 8Carlos Augustin, Assessor Especial do Ministério da Agricultura e Pecuária
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5 de 8Alex Carvalho, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará
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6 de 8João Irineu Medeiros, VP de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul • Atacama Agência
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7 de 8Cesar Barros, CEO do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira)
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8 de 8Roberto Rodrigues, Professor Emérito da FGV Agro
O evento marca, também, a estreia oficial da série “Rota Bioceânica”, apresentada pelo analista da CNN Brasil Caio Junqueira. O corredor bioceânico é uma alternativa ao Porto de Santos e vai integrar quatro países da América do Sul, entre eles, o Brasil.
Estimativas apontam que a rota deve reduzir em 17 dias o transporte de mercadorias que saem do Brasil para a Ásia, e em 30% o valor do frete em relação ao que se gasta para escoar os produtos pelo Oceano Atlântico, via Porto de Santos.