O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse, nesta quinta-feira (25/9), que não enxerga críticas sobre a condução da política monetária no sentido pejorativo. A declaração ocorreu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, saírem em defesa da queda da taxa básica de juros — atualmente em 15% ao ano.
Questionado sobre as declarações recentes, Galípolo afirmou que é “um luxo” ter o ministro da Fazenda e o secretário do Tesouro fazendo comentários sobre política monetária com “delicadeza, gentileza e educação”.
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“No mundo de hoje, que muitas vezes se emitem opiniões, especialmente sobre política monetária, nem sempre de maneira cordial, civilizada e urbana, acho que a gente ter o ministro da Fazenda emitindo opinião de maneira legítima, mas com elegância, delicadeza e cuidado com ele fez. Só posso agradecer a forma como ele fez a exposição da visão dele”, declarou ao detalhar o Relatório de Política Monetária (RPM) de setembro.
Galípolo também defendeu o direito de Haddad manifestar opiniões sobre o assunto. “[Haddad] colocou a sua posição como ele enxerga de maneira supergentil. O processo decisório [sobre o patamar da taxa de juros] segue do Comitê de Política Monetária, com a autonomia que todos os diretores têm para tomar a decisão”, afirmou.
Nos últimos dias, o ministro da Fazenda voltou a defender a queda da taxa básica de juros do país, a Selic. Em entrevista ao ICL Notícias, Haddad alegou que há espaço para o juros caírem. “Acredito que nem deveria estar em 15% [ao ano]. Eu não voto no Copom. Mas essa opinião [de que é hora de baixar os juros] boa parte do mercado compartilha”, completou o ministro.
Copom mantém Selic em 15%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na última quarta-feira (17/9), manter a taxa de juros em 15% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado.
Essa foi a segunda reunião consecutiva em que a taxa permanece no mesmo patamar, após sete aumentos consecutivos. A alta dos juros teve início em setembro de 2024, quando passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.
Fonte: Metrópoles