Democratas e republicanos travam um embate no Congresso dos Estados Unidos que pode paralisar diversos serviços federais. Os legisladores precisam votar até o fim desta terça-feira (30) o Orçamento do país para o ano fiscal de 2026, iniciado em outubro.
Caso o pacote de gastos não receba aprovação, departamentos e órgãos do governo devem entrar em shutdown por não contarem com a definição de um financiamento para seguirem operando.
Uma paralisação total pode impactar centenas de milhares de funcionários públicos norte-americanos e acrescentar incertezas à economia dos EUA.
Serviços considerados essenciais – como os de proteção à vida e às propriedades – devem seguir em atividade normalmente. Outros departamentos devem apresentar, porém, um plano de contingência que detalhe quantos funcionários e quais operações permanecem ativas durante a paralisação.
O Departamento de Estado dos EUA, por exemplo, deve contar com menos da metade de seus contratados diretos até uma solução, segundo documento obtido pela CNN Internacional. O serviço de emissão de passaportes e vistos seguirá em operação.
Já a Receita Federal norte-americana anunciou que todos seus 74,5 mil funcionários continuarão a trabalhar normalmente se a máquina pública parar.
Contudo, a maior parte dos trabalhadores que seguirem em seus postos não devem ser remunerados até que o impasse seja resolvido.
Companhias aéreas dos Estados Unidos também alertaram que uma paralisação parcial do governo pode prejudicar o setor e atrasar voos.
A Casa Branca também alertou as agências federais para prepararem planos de demissão em massa em caso de shutdown. O movimento tem preocupado trabalhadores federais.
Outros impactos econômicos também devem ser sentidos com o shutdown, episódio já conhecido por Donald Trump. A paralisação de cinco semanas ocorrida durante seu primeiro mandato, na virada para o ano fiscal de 2019, levou a um prejuízo de US$ 3 bilhões no crescimento econômico, segundo estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso.
Além disso, o Departamento de Trabalho norte-americano informou nesta segunda-feira (29) que terá a divulgação do relatório mensal de empregos de setembro suspensa. A previsão é de que os dados sejam revelados na sexta-feira (3), mas com a paralisação, o mercado de trabalho já questionado pode enfrentar ainda mais incerteza.
Os números são referencial importante para o Federal Reserve decidir sobre a política monetária dos EUA e possíveis novos cortes nos juros – e sem eles, o Banco Central do país pode ter ainda mais dificuldade para definir os rumos das taxas.
Os democratas e republicanos devem continuar discussões durante esta terça, mas o vice-presidente JD Vance já admite a possibilidade de paralisação.
O líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, falou após reunião com o presidente Donald Trump na segunda e citou “diferenças muito grandes” nas exigências entre as partes.
“Acho que pela primeira vez, o presidente ouviu nossas objeções, por que precisávamos de um projeto de lei bipartidário”, relatou. O líder argumenta que os democratas não tiveram qualquer participação no projeto de lei proposto pelo Partido Republicano.
Já o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que Trump estava agindo “de boa fé” durante as discussões, ao pedir uma resolução contínua.
Duas fontes democratas ouvidas pela CNN Internacional indicaram que o presidente dos EUA pareceu disposto a selar acordos de curto prazo e definitivos em relação aos repasses para a área da saúde.
A Casa Branca esclareceu que qualquer acerto só seria feito caso a oposição assegurasse a continuidade das atividades do governo.
Líderes do Partido Republicano devem votar uma extensão de sete semanas no financiamento para evitar a paralisação.
Com informações de CNN Internacional e Reuters
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