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Israel intensifica bombardeios em Gaza em meio à visita de Rubio

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Israel intensifica bombardeios em Gaza em meio à visita de Rubio

As forças israelenses destruíram pelo menos 30 edifícios residenciais na cidade de Gaza e forçaram milhares de pessoas a saírem de suas casas, disseram autoridades palestinas. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chegou neste domingo (14) para discutir o futuro do conflito.

Israel disse que planeja tomar a cidade, onde cerca de um milhão de palestinos têm se abrigado, como parte de seu objetivo declarado de eliminar o Hamas, e intensificou os ataques no que chamou de último bastião do Hamas.

A liderança política do grupo, que se envolveu em negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, foi alvo de um ataque aéreo israelense em Doha na terça-feira (9) em uma ação que rendeu críticas internacionais.

O Catar sediará uma cúpula árabe-islâmica de emergência na segunda-feira (15) para discutir os próximos passos.

Rubio disse que Washington queria falar sobre como libertar os 48 reféns – dos quais se acredita que 20 ainda estão vivos – ainda mantidos pelo Hamas em Gaza e reconstruir a faixa costeira.

“O que aconteceu, aconteceu,” disse ele. “Vamos nos encontrar com eles (a liderança israelense). Vamos falar sobre o que o futuro reserva”, disse Rubio antes de ir para Israel onde ficará até terça-feira (9).

Acordos em risco

Autoridades dos EUA descreveram o ataque de terça-feira (9) no território de um aliado próximo dos EUA como uma escalada unilateral que não atendia aos interesses americanos ou israelenses.

Rubio e o presidente dos EUA, Donald Trump, encontraram-se com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, na sexta-feira (12).

Netanyahu assinou um acordo na quinta-feira (11) para avançar com um plano de expansão dos assentamentos que cortaria as terras da Cisjordânia que os palestinos buscam para um estado – uma medida que os Emirados Árabes Unidos alertaram que minaria os acordos de Abraão, negociados pelos EUA, que normalizaram as relações entre os Emirados Árabes e Israel.

As agências de ajuda dizem que uma tomada israelense da cidade de Gaza seria catastrófica para uma população já enfrentando a desnutrição generalizada.

Mais dois palestinos morreram de desnutrição e fome em Gaza nas últimas 24 horas, informou o ministério da saúde do território neste domingo (14), elevando a mortalidade por essas causas para pelo menos 422 pessoas, incluindo 145 crianças.

Israel, que impediu todos os alimentos de entrar em Gaza por 11 semanas no início deste ano, tem permitido mais ajuda no enclave desde o final de julho para evitar mais escassez de alimentos, embora as Nações Unidas digam que muito mais é necessário.

Tel Aviv quer que os civis deixem a cidade de Gaza antes de enviar mais forças terrestres. Estima-se que dezenas de milhares de pessoas tenham partido, mas centenas de milhares permanecem na área. O Hamas pediu às pessoas para não saírem.

As forças do exército israelense estão operando dentro de pelo menos quatro subúrbios orientais há semanas, transformando a maioria deles, pelo menos três deles, em terrenos baldios.

Os ataques se aproximam das áreas ocidentais do território, onde a maioria dos deslocados está abrigado.

Muitos estão relutantes em sair, dizendo que não há espaço ou segurança suficiente no sul, onde Israel lhes disse para irem para o que designou como uma zona humanitária.

Alguns dizem que não podem dar-se ao luxo de sair, enquanto outros dizem que esperavam que a reunião dos líderes árabes na segunda-feira (15) no Catar pressionasse Israel para abandonar sua ofensiva planejada.

“O bombardeio se intensificou em todos os lugares e tiramos as tendas, mais de vinte famílias, não sabemos para onde ir”, disse Musbah Al-Kafarna, deslocado na cidade de Gaza.

Israel disse que completou cinco ondas de ataques aéreos sobre a cidade de Gaza na semana passada, visando mais de 500 locais, incluindo locais de reconhecimento do Hamas e de franco-atiradores, edifícios com aberturas de túneis e depósitos de armas.

Autoridades locais, que não fazem distinção entre vítimas militantes e civis, dizem que pelo menos 40 pessoas foram mortas pelo fogo israelense em todo o enclave, sendo pelo menos 28 na cidade de Gaza.

O Hamas disse que as forças israelenses destruíram pelo menos 1.600 edifícios residenciais e 13.000 tendas desde 11 de agosto.

A campanha israelense de quase dois anos contra o Hamas já matou mais de 64 mil pessoas em Gaza, segundo autoridades locais. A guerra motivada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e o sequestro de 251 reféns, de acordo com figuras israelenses.

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