Oficiais militares americanos observaram exercícios militares conjuntos entre a Rússia e Belarus nesta segunda-feira (15) e foram informados pelo ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, que poderiam analisar “o que for do seu interesse”.
Os dois países iniciaram o exercício militar “Zapad-2025” em campos de treinamento nas duas nações na sexta-feira (12), em um momento de tensão crescente com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), dois dias após a Polônia abater drones russos que invadiam seu espaço aéreo.
A presença dos americanos em um campo de treinamento de Belarus foi apresentada pelo Ministério da Defesa do país como uma surpresa.
“Quem imaginaria como começaria a manhã de mais um dia do exercício Zapad-2025?”, afirmou o ministério em um comunicado, destacando a presença de representantes de 23 países, incluindo dois outros Estados-membros da Otan: Turquia e Hungria.
O ministério divulgou um vídeo mostrando dois oficiais americanos uniformizados agradecendo a Khrenin pelo convite e apertando a mão dele.
“Mostraremos o que for do seu interesse. O que vocês quiserem. Podem ir lá e ver, conversar com as pessoas”, declarou o ministro aos americanos, que se recusaram a falar com repórteres.
A presença de oficiais americanos é o mais recente sinal de aproximação entre Washington e Belarus, um aliado próximo da Rússia que permitiu que Moscou usasse seu território para enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022.
John Coale, representante do presidente dos EUA, Donald Trump, esteve em Minsk na semana passada para conversas com o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, que concordou em libertar 52 prisioneiros de suas prisões, incluindo jornalistas e oponentes políticos.
Em troca, os EUA concederam alívio das sanções à companhia aérea nacional do país, Belavia, permitindo que ela prestasse serviços e comprasse componentes para sua frota, que inclui aeronaves Boeing.
Trump quer reabrir a embaixada americana em Belarus em um futuro próximo, normalizar os laços e reavivar a relação econômica e comercial, disse Coale.
O líder americano, que vem tentando negociar o fim da guerra na Ucrânia, está cultivando laços mais estreitos com Lukashenko, que mantém conversas regulares com Putin.
Na semana passada, Trump enviou a Lukashenko uma carta amigável assinada à mão por meio de Coale.