Netanyahu admite que Israel enfrenta isolamento devido à guerra em Gaza

Com a crescente pressão internacional em relação à guerra de quase dois anos em Gaza, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu alertou nesta segunda-feira (15) que Israel está enfrentando uma “espécie de isolamento” que pode durar anos, e não tem escolha a não ser se defender sozinho.

Falando em uma conferência do Ministério das Finanças, Netanyahu disse que a economia de Israel precisaria se adaptar às “características autárquicas” — tornando-se mais autossuficiente e menos dependente do comércio externo.

“É uma palavra que odeio”, disse Netanyahu, acrescentando que foi ele quem trouxe uma “revolução de livre mercado para Israel”.

Uma das principais indústrias que enfrentam o isolamento é o comércio de armas, disse ele, o que pode forçar Israel a evitar a dependência de importações estrangeiras de armas.

“Precisaremos desenvolver nossa indústria de armas — seremos Atenas e a super Esparta juntas. Não temos escolha, pelo menos nos próximos anos, quando seremos obrigados a lidar com essas tentativas de isolamento”, disse ele.

 

As declarações de Netanyahu marcam um raro reconhecimento da enorme reação internacional que Israel enfrenta à medida que intensifica sua guerra em Gaza.

Ele se recusou a mudar de rumo, apesar dos alertas das Nações Unidas e de outros países de que um ataque iminente à Cidade de Gaza resultaria em mais mortes e destruição, e em meio a crescentes acusações de que Israel estaria cometendo genocídio no enclave, o que Israel nega veementemente.

Israel agora enfrenta embargos de armas parciais ou totais da França, Holanda, Reino Unido, Espanha, Itália e outros países devido à sua conduta na guerra de Gaza.

A maior parte de suas importações de armas, no entanto, vem dos Estados Unidos, que não impuseram tais restrições – e alertaram outros países para que não o fizessem. Um atraso na era Biden em um carregamento de bombas de 900 kg foi rapidamente suspenso pelo governo Trump.

Impacto econômico

O público israelense, as famílias dos reféns e até mesmo os militares se opuseram à expansão da guerra, temendo que isso pudesse colocar os reféns em perigo e agravar o número de vítimas humanitárias. Mas o primeiro-ministro insistiu em prosseguir.

Durante anos, Israel foi considerado uma potência econômica regional e global, impulsionado em grande parte por sua aclamada indústria de alta tecnologia. Mas a guerra teve um impacto econômico e já é a mais longa e cara da história do país.

Netanyahu atribuiu, em parte, o isolamento a “uma agenda islâmica extremista”, que, segundo ele, teve uma “influência muito negativa” na política externa europeia. Ele também afirmou que Estados rivais – “entre eles o Catar” – moldaram o discurso global nas redes sociais, o que “nos coloca em uma espécie de isolamento”.

“Essa situação nos ameaça com o início de sanções econômicas e problemas na importação de armas e peças de armas”, disse Netanyahu. “Não haverá segunda chance”

O líder da oposição israelense Yair Lapid criticou Netanyahu em resposta, chamando sua declaração de que Israel está entrando em isolamento de “loucura”.

“O isolamento não é destino; é o resultado da política falha e fracassada de Netanyahu”, escreveu Lapid no X.

Gadi Eisenkot, ex-chefe militar israelense que planeja concorrer à política, também criticou o primeiro-ministro, dizendo: “Não haverá uma segunda chance para reparar os danos causados ​​por ele e seus parceiros que abandonaram os reféns e isolaram Israel do mundo”.

Parceria com EUA

Mais cedo na segunda-feira (15), Netanyahu discursou ao lado do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que elogiou “a amizade que Israel demonstrou para com os Estados Unidos em tantas questões nas quais trabalhamos juntos, que vão além das causas da guerra e da paz”.

Os dois criticaram vários países, incluindo França, Canadá, Austrália e outros que estão prestes a reconhecer um estado palestino antes da Assembleia Geral das Nações Unidas neste mês.

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