A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) e o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO) discutiram, nesta quarta-feira (3), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu o objetivo no julgamento do “núcleo um” do plano de golpe de Estado.
Durante a sustentação oral, o advogado Celso Vilardi, que faz a defesa de Bolsonaro, disse que “não há uma única prova” contra o ex-presidente.
Melchionna avalia que os discursos da defesa “não encontram eco na realidade”.
“Na verdade, o que a gente viu foi uma repetição de uma cantilena enfadonha de que existe uma suposta perseguição e de que não há provas quando eles cansam de colecionar provas contra si há mais de dois anos”, disse.
“A tentativa de golpe é claríssima e esse julgamento tem uma dimensão histórica para que não se tenha impunidade, para que não se tenha salvo-conduto para novas tentativas golpistas e também uma dimensão histórica em um país como o Brasil, que viveu 21 anos de ditadura civil-militar e que nunca fez justiça de transição”, continuou.
Van Hattem entende que não há como a defesa atingir nenhum objetivo.
“Não tem julgamento acontecendo no STF, o que tem é um justiçamento. A começar pelo fato de que o relator é uma suposta vítima, acusador e julgador ao mesmo tempo, e os outros quatro ministros todos indicados para suas posições pelo PT”, afirmou.
“Agora, se me perguntarem sobre o trabalho dos advogados, eu diria inclusive que eu esperava uma postura mais combativa contra todas as ilegalidades e abusos. Apesar de algumas serem mencionadas, nós podemos citar tantas outras que levam a esse julgamento ser considerado o mais falso da história da Suprema Corte brasileira”, prosseguiu.