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O que é Antifa, movimento que Trump quer classificar como terrorista

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O que é Antifa, movimento que Trump quer classificar como terrorista

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve seguir com uma promessa que fez pela primeira vez há cinco anos, quando protestos eclodiram nos EUA após o assassinato de George Floyd, de designar o movimento Antifa como uma “grande organização terrorista”.

No entanto, os mecanismos do plano de Trump não estão exatamente claros, e a Casa Branca forneceu poucos detalhes sobre como a designação funcionaria.

Antifa, abreviação de antifascista, é mais um movimento descentralizado do que uma organização unificada.

Entenda o que é o movimento Antifa

O nome Antifa é vagamente aplicado a grupos de esquerda ou anarquistas vestidos de preto que aparecem em protestos contra a polícia ou o governo nos Estados Unidos.

Porém, ele também tem sido usado por diversos grupos de direita, incluindo Trump, como uma referência genérica a qualquer tipo de atividade de protesto de esquerda.

Diferentemente de grupos de ultradireita como o Proud Boys e o Oath Keepers, a Antifa nunca teve um líder, nem possui hierarquia ou estrutura de comando.

E por ser um movimento doméstico dos EUA, a Antifa possui proteções da Primeira Emenda da Constituição americana — ao contrário da lista do Departamento de Estado dos EUA de organizações terroristas estrangeiras, incluindo grupos islâmicos e cartéis de drogas que a administração Trump designou como grupos terroristas este ano.

O termo tem raízes nos movimentos antifascistas que se opuseram ao ditador italiano Benito Mussolini durante a Segunda Guerra Mundial e que combateram grupos supremacistas brancos ou skinheads por toda a Europa durante a Guerra Fria antes de se estabelecer nos EUA.

O uso do termo cresceu rapidamente em popularidade desde a primeira posse de Trump, durante a qual pequenos grupos de agitadores de esquerda participaram de casos de vandalismo e incêndio em Washington, DC.

O termo explodiu depois que grupos de esquerda apareceram para se opor aos neonazistas e supremacistas brancos que marcharam em Charlottesville, na Virgínia, em 2017.

Na época, grupos de esquerda e direita se enfrentaram em uma série de brigas de rua do tipo que se tornaram sinônimo do movimento Antifa, e continuaram durante o primeiro mandato de Trump.

Os grupos têm sido associados a regiões do Noroeste do Pacífico, incluindo cidades como Seattle e Portland.

Integrantes de grupos de protestos classificados como extrema-esquerda nos EUA frequentemente usam roupas pretas e máscaras para ocultar suas identidades. Em algumas ocasiões, atacaram jornalistas e outras pessoas que os filmavam durante manifestações.

Espectro de ideias de esquerda

Os grupos geralmente são mantidos pequenos, em parte para evitar infiltração por forças de segurança ou grupos de oposição de direita.

A maioria dos casos de tumultos e violência ocorridos durante os protestos de 2020, após o assassinato de Floyd, foi atribuída à Antifa, embora o então diretor do FBI de Trump, Christopher Wray, a tenha descrito como uma ideologia e não uma organização.

Sua ideologia representa um espectro da política de esquerda, mas geralmente se mantém fora da plataforma democrata tradicional. Grupos descritos como Antifa geralmente defendem a distribuição de riqueza e evitam participação na política eleitoral convencional.

A generalização do anúncio de Trump de que designaria a Antifa como grupo terrorista levanta temores de que o presidente possa estar buscando uma estratégia para sufocar qualquer dissidência de esquerda em larga escala após o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, em vez de tentar desmantelar um grupo específico.

O presidente também sugeriu esta semana que manifestantes do grupo ativista Code Pink, que protestaram contra Trump durante sua visita a um restaurante em Washington, DC, deveriam ser acusados criminalmente.

O republicano também tem usado o rótulo de “terrorista” como pretexto para justificar ações governamentais drásticas e violentas — incluindo ataques militares dos EUA contra embarcações da Venezuela que, segundo ele, transportavam integrantes do Tren de Aragua, um cartel de drogas que ele designou como grupo terrorista no início deste ano.

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