A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu pela primeira vez os medicamentos análogos ao GLP-1— como a semaglutida, presente no Ozempic, e a liraglutida — em sua lista Modelo de Medicamentos Essenciais, atualizada nesta sexta-feira (5/9).
A inclusão, no entanto é restrita ao tratamento de adultos com diabetes tipo 2 que apresentem comorbidades como doença cardiovascular, doença renal crônica ou obesidade.
A atualização do documento, adotado por mais de 150 países como referência para a definição de tratamentos prioritários, ocorre bienalmente desde 1977. Nesta edição, foram avaliadas um total de 59 solicitações propondo adições, alterações e exclusões de medicamentos.
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Segundo o documento, os agonistas de GLP-1 têm demonstrado benefícios importantes: melhor controle glicêmico, redução do risco de eventos cardiovasculares e desaceleração da progressão da doença renal crônica.
Já o uso para tratar obesidade em pessoas sem outras comorbidades permanece fora da recomendação devido à insuficiência de evidências sobre impactos em desfechos clínicos importantes — como mortalidade e segurança a longo prazo — nesse público.
O comitê avaliador ressaltou no documento que, embora algum grau de benefício possa existir em pacientes com obesidade, a magnitude dos efeitos observados é maior e mais consistente em pessoas com diabetes tipo 2.
Outro obstáculo à adoção mais ampla desses medicamentos é o alto custo. Apesar disso, os especialistas apontam que a iminente expiração das patentes da semaglutida e da liraglutida poderá incentivar a entrada de biossimilares, aumentando a concorrência e reduzindo os preços.
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Fonte: Metrópoles