A ONG MSF (Médicos Sem Fronteiras) anunciou que está deixando a Cidade de Gaza enquanto Israel intensifica a ofensiva na região.
O grupo afirmou nesta sexta-feira (26) que a ofensiva militar está colocando seus funcionários e pacientes em risco, forçando-os a suspender os serviços médicos essenciais no território.
“Não nos restou outra escolha a não ser interromper nossas atividades, já que nossas clínicas estão cercadas pelas forças israelenses”, disse Jacob Granger, coordenador de emergência do grupo em Gaza, através de um comunicado.
“Isso é a última coisa que queríamos, pois as necessidades na Cidade de Gaza são enormes, com as pessoas mais vulneráveis — bebês em cuidados neonatais, pessoas com ferimentos graves e doenças fatais — impossibilitadas de se mover e em grave perigo”, acrescentou Granger.
As unidades de saúde em todo o território estão severamente limitadas em sua capacidade de tratar pacientes devido aos ataques aéreos israelenses e ao rígido controle sobre o fluxo de ajuda médica e alimentar, o que gera uma imensa pressão sobre a equipe médica.
A MSF afirmou que realizou mais de 3.600 consultas e tratou mais de 1.600 pessoas com desnutrição apenas na semana passada. A organização também cuidou de ferimentos traumáticos, queimaduras e gestantes.
“Embora tenhamos sido forçados a suspender nossas atividades na Cidade de Gaza, pretendemos continuar apoiando serviços essenciais nas instalações do Ministério da Saúde, incluindo os hospitais Al-Helou e Al-Shifa, enquanto eles continuam funcionando”, afirmou a MSF em seu comunicado.