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Planalto aposta em permanência de Sabino no Turismo

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Planalto aposta em permanência de Sabino no Turismo

Alvo de um ultimato dentro do União Brasil, o único ministro da Esplanada filiado ao partido, Celso Sabino (Turismo), tem sinalizado ao Palácio do Planalto que pretende continuar no comando da pasta. O governo aguarda uma definição do ministro.

A aposta de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de que Sabino consiga uma licença da sigla para permanecer no cargo.

O ministro tem insistido, junto a dirigentes do União Brasil, que sua permanência até a COP30, marcada para o Pará, seu estado, seria importante para as ambições políticas dele e do partido na região.

Nessa quinta-feira (18), o União Brasil estabeleceu um prazo de 24 horas para que filiados nomeados para cargos no governo deixem suas funções, “sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”. Sabino, que cumpria agenda em Belém, retornou a Brasília após o anúncio.

O ministro deve se encontrar com Lula ainda nesta sexta-feira (19) para comunicar sua decisão. Há, por um lado, confiança por parte do Planalto de que Sabino opte por permanecer no cargo; por outro, interlocutores do União Brasil acreditam que ele escolha seguir a legenda e deixar o governo.

O prazo foi definido em resolução assinada pelo presidente nacional do partido, Antônio Rueda.

Na mesma nota em que anunciou a medida, a direção do União manifestou “irrestrita solidariedade” a Rueda, depois que o nome dele passou a constar nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta infiltração da facção criminosa PCC nos setores financeiros e de combustíveis.

“Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo Lula — movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias superiores”, diz o comunicado.

“Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal, visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo”, acrescenta a nota.

A PF apura se Rueda seria o dono oculto de jatos executivos usados para transportar integrantes do crime organizado, após depoimento de um dos pilotos dessas aeronaves. A corporação, no entanto, ressalta que o dirigente ainda não é formalmente investigado.

Rueda já havia classificado a situação como uma campanha difamatória: “O que há, sim, é um pano de fundo político nestas leviandades, que estão sendo orquestradas, usando-se uma operação policial séria, para atacar adversários”, afirmou.

Saída do governo

Em 2 de setembro, União Brasil e PP haviam dado 30 dias para que ministros das duas siglas deixassem o governo, medida que também afeta o ministro André Fufuca (Esporte), filiado ao Progressistas.

Com a nova resolução, o União antecipa, na prática, o prazo de desembarque dos filiados que ocupam cargos federais.

Desde agosto, União e PP formam uma federação partidária que reúne 108 deputados federais e 14 senadores, configurando a maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado.

A condução do grupo é dividida entre Rueda e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Apesar de uma ala mais próxima ao governo, o União Brasil abriga também lideranças oposicionistas, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pré-candidato à Presidência em 2026 e crítico declarado de Lula.

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