A Qualcomm não precisa de mais capital ou um novo sócio para crescer. A frase do CEO global da empresa, Cristiano Amon, é dita em um momento de mudanças frenéticas entre as fabricantes de processadores nos Estados Unidos, especialmente na concorrente Intel.
Em entrevista à CNN, Amon disse que o capital “nunca foi um problema” para os planos da companhia. “A Qualcomm está em um processo de transformação e temos ampliado muito os segmentos de mercado indo para setores com taxas de crescimento elevado”, disse.
Em dois anos, explica, as áreas que atendem Android, veículos, aplicações industriais e robôs, exceto Apple, cresceram 15%. “O nosso negócio de semicondutores tem gerado 30% de margem Ebitda, que está entre os mais altos da nossa história.”
Amon foi questionado sobre eventual necessidade de capital diante do que ocorreu nos últimos dias com a Intel. A concorrente recebeu bilhões de dólares de capital. A chegada da Nvidia no quadro de acionistas e o investimento do governo dos Estados Unidos podem, segundo especialistas, indicar uma mudança de jogo para a Intel.
Na entrevista, Amon também não demonstrou desconforto com o fato de que a Qualcomm aposta fichas no mercado de processadores para os equipamentos de consumo, como celulares, computadores ou gadgets vestíveis.
A estratégia é oposta ao das gigantes TSMC e Nvidia, que avançam nos grandes e potentes processadores usados na nuvem.
Recentemente, a Qualcomm anunciou a entrada no concorridíssimo e bilionário mercado de processadores de grande porte, para uso em data centers. A empresa dá os primeiros passos para desenvolver chips para essa área – e Amon diz não ter medo da concorrência.
“Para qualquer empresa de tecnologia, ter sucesso hoje não dá garantia nenhuma de sucesso amanhã. Quando decidimos entrar em datacenters, eu disse: se a gente conseguir desenvolver uma tecnologia disruptiva, inovadora e melhor do que qualquer outra empresa já estabelecida, não há problema porque haverá mercado.”
A CNN viajou a convite da Qualcomm
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