O presidente Donald Trump foi recebido com uma mistura de aplausos e vaias em sua chegada à final do US Open neste domingo, com a maioria dos assentos do estádio ainda vazios e o início da partida atrasado devido a reforços nas medidas de segurança.
Uma transmissão da rede ABC mostrou Trump saindo de um camarote para acenar para o público ainda esparso, mas sem incluir o áudio da reação da torcida.
Segundo reportagens do fim de semana, a Associação de Tênis dos Estados Unidos (USTA) havia solicitado às emissoras que retirassem qualquer reação ao presidente. Um porta-voz da USTA disse à Reuters que a entidade costuma pedir às transmissoras “que evitem destacar interrupções fora da quadra”.
O início da partida, originalmente marcado para as 15h (horário de Brasília), foi adiado em 30 minutos devido às revistas de segurança, informaram os organizadores do US Open meia hora antes do horário previsto.
“Como resultado das medidas de segurança em vigor, e para garantir que os torcedores tenham tempo adicional para chegar aos seus assentos, adiamos o início da partida de hoje para as 14h30”, disseram os organizadores em comunicado.
Trump, republicano, é fã de esportes e costuma dar sua opinião sobre o tema da mesma forma que busca influenciar ou pressionar instituições em toda a sociedade americana.
Em fevereiro, semanas após assumir o cargo, ele assinou uma ordem executiva que tentava proibir mulheres e meninas trans de competirem em esportes femininos. Os apoiadores alegaram que a medida restauraria a equidade, mas críticos disseram que ela feria os direitos de uma minoria muito pequena.
Durante o verão, Trump pressionou o time de futebol americano Washington Commanders a retomar o antigo nome Redskins, termo que críticos consideram uma representação racista dos povos nativos americanos.
Pesquisas Reuters/Ipsos mostraram que, entre o fim de julho e meados de agosto, a aprovação de Trump era de 40%, a mais baixa de sua presidência. Em todas as políticas, o apoio vinha majoritariamente de republicanos, levantando dúvidas sobre como ele seria recebido em Nova York, um reduto democrata.
Em frente ao Arthur Ashe Stadium, em Queens — o maior palco do tênis no mundo em capacidade —, agentes do Serviço Secreto e outros oficiais de segurança federal revistavam bolsas e encaminhavam torcedores por detectores de metal antes da final entre os rivais Carlos Alcaraz e Jannik Sinner.
Visitantes do centro de tênis expressaram opiniões divididas sobre a presença de Trump.
Dave, um banqueiro de Nova York que preferiu não divulgar o sobrenome, disse que não se sentia “particularmente bem” com a visita do presidente.
“Não poderia me importar menos se ele vem ou não. Por que não me sinto bem? Porque não sou fã nem um pouco. Quem é? Ele é um criminoso condenado”, afirmou.
Alguns visitantes, no entanto, não se incomodaram com a presença dele. “Ele pode ir aonde quiser e assistir a uma partida se tiver vontade”, disse Karen Stark, uma torcedora aposentada, que viajou de Michigan para a final.
O presidente, que costuma jogar golfe nos fins de semana em Washington ou em suas propriedades em Nova Jersey e na Flórida, já participou de diversos eventos esportivos desde que assumiu o cargo em janeiro.
Ele esteve no Super Bowl em fevereiro, quando também foi recebido com aplausos e vaias, e já compareceu a lutas do Ultimate Fighting Championship.
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