O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, presidirá nesta terça-feira (30) uma reunião extraordinária com os principais generais e almirantes americanos de todo o mundo, que foram convocados para uma base da Marinha no estado da Virgínia, sem explicações, na semana passada.
Trump disse que usará o encontro presencial com os principais comandantes militares dos EUA na Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais na cidade de Quantico para dizer a eles “nós os amamos”. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, deve falar sobre o “ethos guerreiro”, um de seus assuntos favoritos.
A reunião acontece após oito meses de mudanças drásticas no Pentágono desde que Trump assumiu o cargo, incluindo a demissão do chefe do Estado-Maior Conjunto e do principal almirante da Marinha, a proibição de livros nas bibliotecas da academia e ataques letais a barcos suspeitos de tráfico de drogas na costa da Venezuela.
Isso gerou especulações, tanto dentro das Forças Armadas dos EUA quanto no público americano em geral, de que o encontro poderia ir muito além do exercício de elevação do moral descrito por Trump, incluindo discussões sobre reduções nas patentes de oficiais superiores e uma reformulação das prioridades de defesa dos EUA.
“Ninguém sabe” o que será discutido, disse uma autoridade americana, falando sob condição de anonimato sobre a pauta do encontro.
Os líderes militares presentes no encontro estarão sob observação pública para qualquer reação a comentários abertamente políticos feitos por Trump, que frequentemente envolve os militares em questões políticas.
As Forças Armadas dos EUA devem ser apolíticas, leais à Constituição do país e independentes de qualquer partido ou movimento político.
A reunião ocorre um dia após o anúncio do envio planejado da Guarda Nacional para Chicago, a mais recente cidade americana para onde Trump pretende enviar tropas, apesar das objeções das autoridades locais.
Ele anunciou planos de enviar tropas da Guarda Nacional para Portland, no estado di Oregon, no fim de semana, e enviou membros da Guarda Nacional e fuzileiros navais da ativa para Los Angeles no início deste ano, apesar dos protestos de autoridades locais.
Em declarações à agência de notícias Reuters no domingo, Trump descreveu a reunião de Quantico como um “espírito de corpo”.
“Quero dizer aos generais que os amamos, que são líderes estimados, que devem ser fortes, resistentes, inteligentes e compassivos”, declarou Trump em uma entrevista.
A presença do presidente provavelmente ofuscará o secretário de Defesa, Pete Hegseth, que convocou comandantes de todo o mundo, incluindo aqueles baseados em locais distantes na Ásia, Europa e Oriente Médio.
Em quase todos os seus discursos públicos, Hegseth fala sobre o “ethos guerreiro” e a necessidade de as Forças Armadas dos EUA terem uma mentalidade guerreira, temas aos quais ele deve retornar nesta terça-feira (30).
No início deste mês, Trump assinou uma ordem executiva para renomear o Departamento de Defesa como “Departamento de Guerra”, título que manteve até depois da Segunda Guerra Mundial, quando as autoridades buscaram enfatizar o papel do Pentágono na prevenção de conflitos.
Hegseth, ex-apresentador da Fox News, agiu com velocidade impressionante para reformular e reposicionar o departamento, buscando implementar a agenda de segurança nacional do presidente e erradicar iniciativas de diversidade que ele considera discriminatórias.