A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ganhou um novo capítulo com a paralisação das importações de soja americana pelo país asiático em 2024. A medida é uma retaliação às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos chineses. A análise é de Victor Irajá no Bastidores CNN.
A China, que anteriormente importava cerca de 50% de toda a produção de soja dos Estados Unidos, implementou uma tarifa de 20% sobre o produto americano. Em 2024, as exportações de soja dos EUA para a China haviam alcançado mais de US$ 12 bilhões.
Brasil se beneficia da disputa
“Com a necessidade de suprir sua demanda, a China redirecionou suas compras para outros mercados, beneficiando o Brasil. Apenas em maio de 2024, as exportações brasileiras de soja para o mercado chinês atingiram aproximadamente 12 milhões de toneladas”, avaliou Irajá.
No terceiro trimestre de 2024, o volume total de exportações de soja do Brasil para a China chegou a 19,2 milhões de toneladas, evidenciando um aumento significativo no comércio entre os dois países.
“Em resposta à situação, Trump ameaçou cortar laços comerciais com a China em relação ao óleo de cozinha, alegando que os Estados Unidos têm capacidade de impulsionar sua própria indústria. A China não comprou sequer um grão de soja dos EUA neste ano”, afirmou o especialista.
Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, acusou os chineses de tentarem intimidar o governo norte-americano. A pressão sobre Trump tem aumentado, principalmente, por parte dos agricultores norte-americanos, que são diretamente afetados pela ausência de vendas para o mercado chinês.