Os Estados Unidos anunciaram o envio do USS Gerald R. Ford para o Mar do Caribe, em uma demonstração de poder militar na região. A embarcação, que pode transportar mais de 75 aeronaves, representa uma mensagem sobre a influência norte-americana na América Latina. A professora de Geopolítica Escola Superior de Guerra Mariana Kalil, o coordenador do DSI-USP, Alberto Pfeifer, e o professor Ciência Política da Berea College Carlos Gustavo Poggio avaliam, no WW, a escalada das tensões entre os EUA e a Venezuela.
A movimentação militar ocorre em um momento de crescentes tensões com a Venezuela. Alguns especialistas apontam que a ação demonstra a determinação dos EUA em manter sua hegemonia na região, enviando sinais diretos também para potências como a China e a Rússia.
Cenário de possíveis conflitos
A possibilidade de um conflito na região apresenta complexidades que vão além do embate militar convencional. Um eventual confronto poderia envolver táticas de contra-insurgência e guerrilha, com potencial para desestabilizar toda a região e aumentar a crise de refugiados.
As forças armadas venezuelanas enfrentam limitações operacionais significativas, com equipamentos na maioria sucateados e falta de peças de reposição. A realidade militar fragilizada sugere que qualquer confronto direto seria altamente desequilibrado.
A presença do porta-aviões dos EUA também evidencia a disparidade de poder militar na região. Enquanto os Estados Unidos possuem 11 porta-aviões, a Rússia conta com apenas um e a China está nos estágios iniciais de desenvolvimento de sua frota, demonstrando a supremacia naval norte-americana no hemisfério ocidental.
A rota do Caribe, embora citada como ponto de preocupação para o tráfico de drogas, representa apenas 8% a 10% do fluxo de narcóticos que chegam aos Estados Unidos, com a maioria transitando pelo Pacífico e pelo México.
