O processo de paz entre Hamas e Israel enfrenta novos desafios para avançar à segunda fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza. O principal impasse decorre das divergências entre as duas partes sobre o desarmamento do grupo palestino e a criação de um Estado independente. Segundo o analista Lourival Sant’Anna, no CNN Prime Time, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concordou com uma gestão internacional em Gaza, mas afirmou que nunca sairá da região.
“O atual governo israelense é contra um Estado palestino. Por isso, Netanyahu, ao retornar do encontro com Donald Trump, disse em Tel Aviv, ao desembarcar: ‘Nós nunca sairemos da Faixa de Gaza’”, afirmou Sant’Anna.
Um Conselho da Paz está sendo criado, tendo Donald Trump como presidente simbólico e Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, como diretor executivo. O grupo incluirá representantes de governos árabes, muçulmanos, europeus e da ONU para supervisionar o processo de transição em Gaza.
Como parte do plano de transição, policiais palestinos já recebem treinamento no Egito. A proposta prevê que, inicialmente, tropas egípcias e catares sejam responsáveis pela segurança do território, enquanto as forças israelenses recuariam para um perímetro de segurança na divisa entre Israel e Gaza.
A pressão americana tem sido fundamental para o avanço das negociações, principalmente pelo controle que os Estados Unidos exercem sobre o fornecimento de armamentos utilizados por Israel no conflito. A influência de Trump, que mantém relações próximas com países árabes do Golfo Pérsico, também tem sido decisiva para impulsionar o acordo.