A nomeação de Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência da República marca uma importante mudança estratégica no cenário político nacional. Segundo a analista Isabel Mega, no CNN Novo Dia, a escolha do momento para esta alteração, exatamente um ano antes das eleições de 2026, sinaliza um movimento calculado na reorganização das estruturas do governo.
Com histórico de atuação junto a movimentos sociais, Boulos chega ao cargo com a missão de fortalecer a conexão entre o governo e as bases populares. “A expectativa é que sua experiência em mobilização social traga nova energia para as articulações políticas, preenchendo uma lacuna identificada na gestão anterior de Márcio Macedo“, afirma Isabel.
Articulação política
A nova configuração da equipe estratégica inclui nomes de peso na articulação política. Boulos se junta a Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social – SECOM), formando um núcleo central de planejamento político.
“Boulos deve permanecer no cargo até o final do atual governo, sinalizando um compromisso de longo prazo. Esta decisão implica inclusive na possível renúncia a candidaturas futuras, incluindo posições no legislativo, o que poderia impactar significativamente seu partido, o PSOL“, comenta a analista.
A movimentação política indica uma estratégia que vai além do momento atual, visando não apenas o fortalecimento das bases governamentais, mas também o estabelecimento de uma possível linha sucessória na política nacional. “A chegada de Boulos ao Palácio do Planalto representa uma aposta na renovação da mobilização popular e no fortalecimento das articulações políticas para os próximos anos”, conclui Isabel.