Os preços de bens e serviços do país avançaram 0,48% em setembro, após registrar deflação de 0,11% em agosto. Nos últimos 12 meses, a inflação acumula alta de 5,17%, ainda acima do teto da meta (4,50%). No ano, o índice acumula alta de 3,64%. No mesmo mês de 2024, a variação foi de 0,44%. A alta do mês foi puxada pela energia elétrica, que subiu 10,31%.
Os dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, divulgado nesta quinta-feira (9/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Energia elétrica puxa inflação
O resultado da inflação de setembro foi influenciado pela expansão de 2,97% do grupo de Habitação. Essa foi a maior alta desde fevereiro deste ano (4,44%). “Considerando os meses de setembro, a alta do grupo foi a maior desde 1995 quando subiu 4,51%”, destacou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
A principal influência veio da energia elétrica residencial, que saiu de -4,21% em agosto para 10,31% em setembro, registrando o maior impacto individual na taxa de setembro, com incremento de 0,41 ponto.
“A alta da energia ocorreu em decorrência do fim do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos nas faturas de agosto. Além disso, permaneceu em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos”, explicou Gonçalves.
Nos primeiros nove meses do ano, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 16,42%. Em 12 meses, o resultado é de 10,64%, representando um impacto de 0,44 ponto.
O que é IPCA
- O IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE. O índice é considerado o termômetro oficial da inflação e é usado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic.
- Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
- O IPCA mensura dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
- O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.
- O IPCA referente a outubro será divulgado em 11 de novembro.
Destaques do IPCA
Seis grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de agosto para setembro. As exceções foram os grupos de Artigos de residência (-0,40%), Alimentação e bebidas (-0,26%) e Comunicação (-0,17%). No lado das altas, as variações ficaram entre 0,01% de Transportes e 2,97% de Habitação.
Confira o resultado, por grupos, do IPCA:
- Alimentação e bebidas: -0,26%;
- Habitação: 2,97%;
- Artigos de residência: -0,40%;
- Vestuário: 0,63%;
- Transportes: 0,01%;
- Saúde e despesas pessoais: 0,17%;
- Despesas pessoais: 0,51;
- Educação: 0,07%; e
- Comunicação: -0,17%.
Veja o impacto, por grupos, na inflação em setembro:
- Alimentação e bebidas: -0,06 ponto percentual;
- Habitação: 0,45 ponto percentual;
- Artigos de residência: -0,01 ponto percentual;
- Vestuário: 0,03 ponto percentual;
- Transportes: 0 ponto percentual;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,02 ponto percentual;
- Despesas pessoais: 0,05 ponto percentual;
- Educação: 0,01 ponto percentual; e
- Comunicação: -0,01 ponto percentual.
Alimentação amplia sequência de quedas
O grupo Alimentação e bebidas registrou queda pelo quarto mês consecutivo, com impacto de -0,06 ponto. A variação de setembro foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,41%, após redução de 0,83% de agosto.
Contribuíram para o resultado:
- as quedas nos preços do tomate (-11,52%), da cebola (-10,16%), do alho (-8,70%), da batata-inglesa (-8,55%) e do arroz (-2,14%).
- as altas nos preços das frutas (2,40%) e do óleo de soja (3,57%).
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A alimentação fora do domicílio registrou desaceleração na passagem de agosto (0,50%) para setembro (0,11%). No mesmo período, o subitem lanche desacelerou de 0,83% para 0,53%, e a refeição foi de 0,35% para -0,16%.
Fernando observou que “o grupamento dos alimentos para consumo em casa segue com variações negativas, dada a maior oferta dos produtos, o que possivelmente já reflete na alimentação fora, com a queda nos preços na refeição”.
INPC tem alta de 0,52%
A inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,52%. Nos últimos 12 meses até setembro, o INPC acumula alta de 5,10%. No ano, o acumulado é de 3,62%.
Os produtos alimentícios passaram de -0,54% em agosto para -0,33% em setembro. A variação dos não alimentícios passou de -0,10% em agosto para 0,80% em setembro, conforme mostrado pelo IBGE.
O índice serve de referência para o reajuste do salário mínimo e de benefícios sociais.
O INPC é um indicador que mede a variação média dos preços de um conjunto específico de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos mensais.
Fonte: Metrópoles