Ex-árbitro Fifa, Jonas Eriksson escreveu o livro House of Cards – O Jogo Sujo Atrás do Jogo e afirmou que passou por humilhações durante testes promovidos pela Uefa. O The Guardian, da Inglaterra, revelou passagens da publicação. O juiz apitou a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
“Você não precisava apenas ser um bom árbitro, mas também priorizar sua dieta, parecer um árbitro de alto nível e garantir que seu peso e porcentagens de gordura estivessem corretos. Caso contrário, você corria o risco de ser repreendido, ter menos jogos e acabar sendo deixado de lado”, disse.
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Na sequência, ele relatou que “sentiu principalmente nojo, raiva e humilhação” situações constrangedoras durante testes realizados em 2010. Pierluigi Collina, árbitro entre os anos 1990 e 2000, era o responsável pela comissão de arbitragem à época.
“O problema não eram os testes em si, mas a forma como eram realizados. Quando meu grupo (de 15 pessoas) entrou na grande e fria sala de testes onde deveríamos nos reunir, a diretoria nos mandou ficar só de cueca. Olhamos uns para os outros, mas ninguém reagiu ou ousou dizer nada.Em fila indiana, os árbitros eram chamados de dois em dois. Subiam na balança, e uma voz anunciava o nome, a nacionalidade e o peso: “Eriksson, Suécia, 96,2 quilos”, pontuou.
Ele contou a atitude de Pierluigi durante a averiguação. “Collina para, olha para mim e examina meu corpo quase nu. Pensei comigo mesmo: “Isso não vale a pena. Sou adulto e estou forçado a ficar aqui sendo examinado e julgado”, descreveu.
Por fim, ele contou o motivo pelo qual os árbitros não reclamaram. “Por que não eu e nem ninguém dissemos nada? Por que não nos levantamos e dissemos o que todos pensavam, que era degradante? Se fizéssemos, teríamos assinado simultaneamente a sentencia de morte das nossas carreiras. O erro foi tentar chegar lá por meio de uma pesagem humilhante e uma agenda em que o mais importante era perder peso e diminuir a gordura corporal”, encerrou.
Fonte: Metrópoles