O setor de máquinas e equipamentos demonstra otimismo em relação às negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas impostas aos produtos brasileiros. José Velloso, presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), destacou no Agora CNN que o governo brasileiro deu um passo importante ao entregar, durante o encontro na Malásia entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento formal para iniciar as negociações, revelando a importância da indústria brasileira para o mercado americano.
Após o encontro, a expectativa é de que as equipes técnicas de ambos os países deem continuidade às negociações.
Impacto nas exportações
O setor de máquinas e equipamentos, que representa aproximadamente 20% dos produtos afetados pelo aumento tarifário, já registra quedas significativas nas exportações. “Excluindo-se as máquinas para construção civil, houve uma redução de 28% nas vendas para os Estados Unidos em setembro, primeiro mês após a implementação das tarifas”, explica Velloso.
As máquinas rodoviárias mantiveram seus níveis de exportação devido a contratos de longo prazo entre grandes empresas. No entanto, estas companhias estão absorvendo prejuízos causados pela tarifa adicional de 50% que não existia anteriormente.
Preocupação com atrasos
Uma das principais preocupações do setor é o tempo das negociações. Velloso ressalta que, quando se trata de produtos de alta e média tecnologia, como máquinas e equipamentos, a substituição no mercado pode ter consequências duradouras, tornando mais complicada a reconquista do espaço perdido.
O setor industrial tem mantido contato constante com contrapartes americanas e participado ativamente das discussões, incluindo missões aos Estados Unidos em maio e setembro. “Esta articulação do setor privado tem sido fundamental para a evolução das relações entre os dois países”, conclui o presidente executivo da Abimaq.

