O Brasil pode liderar e ser o centro da transição energética e a da produção e uso de biocombustíveis, segundo especialistas ouvidos no painel “Do Compromisso à Ação: Sustentabilidade na Prática” do CNN Talks – COP30, que aconteceu nesta quarta-feira (15), em Brasília.
Para Marcelo Lyra, vice-presidente de Comunicação ESG e Relações Institucionais da Acelen, a combinação da floresta e da agricultura representa uma oportunidade, podendo ser gerada riqueza para o país.
“Em impostos, empregos, em empreendedorismo local, e em especial na produção de biocombustíveis mais competitivos do mundo. O Brasil tem essa possibilidade. O Brasil é o espaço, é a geografia do mundo onde se pode produzir biocombustíveis mais competitivos”, disse.
Na opinião de Lyra, se houver liquidez no carbono, especialmente no de emissões voluntárias das empresas em um mercado regulado, “nós teremos um potencial de trazer para o Brasil entre US$ 30 e 50 bilhões de investimentos”.
A história brasileira em torno da transição energética mostra que o país é uma potência em todos os seguimentos de energias renováveis, segundo Mariana Espécie, assessora especial do Ministro das Minas e Energia e coordenadora da pasta para a COP30.
“Lá em Belém é com esse espírito que a gente tem feito todo esse processo de convocação, de diferentes atores institucionais, não somente governos, mas o setor privado. Nós temos no Brasil não contamos essa história de transição energética somente pelo lado das políticas públicas”, declarou.
“Tudo se viabilizou graças a leitura do setor produtivo de que aqui temos um ambiente favorável, seja pelo fato de temos instrumentos de financiamentos que são adequados, combinados com políticas públicas que dão os comandos e mandatos corretos, e a partir disso criar esse ambiente de inspiração para que outros países também possam se valer desses mesmos ou de mecanismos semelhantes”, prosseguiu.
Na opinião de Mariana, o Brasil está levando a mensagem da transição energética para o mundo.
“Há uma mobilização para que a gente possa quadruplicar o consumo de combustíveis sustentáveis até 2035, com base nesses bons prospectos que a gente vê tanto para os biocombustíveis e todo o esforço que o mundo tem empreendido para desenvolver cadeias de hidrogênio de baixa emissão e o Brasil ali levando essa narrativa adiante”, citou.
De acordo com a assessora especial, a COP30 em Belém será a da “bioenergia”, e ainda relembra a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), em 1975, feito para reduzir a dependência de petróleo e incentivar o uso de etanol como combustível.
“Estaremos lá comemorando os 50 anos do Proálcool, que mostra toda essa nossa trajetória, dia 14 de novembro é o dia exato que o Proálcool fará 50 anos de existência. Que mostra a nossa trajetória de inovação, pesquisa e desenvolvimento na área de bioenergia”, finalizou.
O secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte, João Paulo Menna Barreto, disse esperar que a COP30 tenha um olhar mais voltado aos municípios.
“É no município onde tudo acontece. Em Belo Horizonte, por exemplo, nós estamos criando um chamado cinturão climático, que vai pegar todas as cidades da região metropolitana, Nova Lima, BH, Contagem, Betim, para que a gente possa primeiro ter mais força e mais acesso e fazer as ações.”
“Por mais que sejam localizadas em cada município, elas se espalhem pelas regiões que fazem parte. A nossa expectativa principal na COP é que a gente saia de lá com soluções ou encaminhamentos quanto ao financiamento de ações climáticas nos municípios, que é isso que a gente como ente federativo pode contribuir”, finalizou.
Veja fotos do evento
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1 de 20O CNN Talks COP30 reúne, nesta quarta-feira (15), líderes do setor público e do setor privado para discutir os caminhos do mercado de carbono, transição energética e o financiamento climático no Brasil. • Crédito: Grupo R1
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2 de 20Embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 • Grupo R1
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3 de 20Helder Barbalho, governador do Pará • Grupo R1
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4 de 20Rogério Santana, diretor de Relacionamento com Clientes da B3 • Grupo R1
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5 de 20Marcelo Lyra, vice-presidente de Comunicação ESG e Relações Institucionais da Acelen • Grupo R1
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6 de 20João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul • Grupo R1
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7 de 20Ben Backwell, CEO do GWEC (Conselho Global de Energia Eólica) e presidente da Aliança Global de Renováveis • Grupo R1
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8 de 20Márcio Gomes, âncora do CNN Prime Time, Patricia Ellen, analista da CNN Brasil para a COP30, e o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, durante o Painel 1 – A Urgência da Mobilização Global e o Papel da Diplomacia Climática • Grupo R1
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9 de 20Márcio Gomes, âncora do CNN Prime Time, Patricia Ellen, analista da CNN Brasil para a COP30, e o Helder Barbalho, governador do Pará, durante o Painel 1 – A Urgência da Mobilização Global e o Papel da Diplomacia Climática • Grupo R1
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10 de 20Silvana Machado, diretora-executiva de Sustentabilidade do Bradesco • Grupo R1
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11 de 20Marcelo Behar, enviado especial da COP30 para bioeconomia • Grupo R1
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12 de 20Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul • Grupo R1
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13 de 20Painel 2 – Finanças Climáticas e o Capital do Futuro • Grupo R1
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14 de 20Arnaldo Jardim, deputado federal e presidente da Comissão Especial sobre Transição Energética e Hidrogênio Verde • Grupo R1
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15 de 20Painel 3 – Acelerando a Transição Justa Soluções Energéticas e a Indústria do Futuro • Grupo R1
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16 de 20Julia Cruz, secretária nacional de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC • Grupo R1
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17 de 20Painel 4 – Do Compromisso à Ação Sustentabilidade na Prática • Grupo R1
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18 de 20Mariana Espécie, assessora especial do Ministério de Minas e Energia • Grupo R1
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19 de 20João Paulo Menna Barreto, secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte • Grupo R1
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20 de 20Tomás Manzano, CEO da Copersucar • Grupo R1
CNN Talks impulsiona debate de financiamento climático