Caso Hungria: saiba o que acontece no corpo na intoxicação por metanol

O cantor Hungria Hip Hop, de 34 anos, foi internado nesta quinta-feira (2/10) em Brasília com suspeita de intoxicação por metanol. Ele passou mal após beber vodka na casa de alguns amigos durante a madrugada.

Segundo boletim médico, o rapper apresentou dor de cabeça forte, enjoo, vômito e visão embaçada — sintomas típicos das primeiras horas de envenenamento pela substância. O caso segue em investigação.

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O que acontece no corpo

Nas primeiras 12 horas, os sinais da intoxicação podem ser discretos. Muitas vezes, a pessoa acha que está apenas de ressaca: sente dor de cabeça, enjoo, dor no estômago ou fraqueza. Esse é um período perigoso, porque o metanol ainda está sendo metabolizado no corpo e pode dar a falsa impressão de que “não foi nada demais”.

Quando o metanol é ingerido, ele é metabolizado pelo fígado e transformado em formaldeído e ácido fórmico, extremamente tóxicos. Esse último interfere diretamente na produção de energia das mitocôndrias e estruturas celulares fundamentais para o funcionamento das células nervosas. Sem energia suficiente, elas células não funcionam corretamente e podem entrar em colapso, causando inchaço e pressão dentro dos nervos.

Entre 12 e 24 horas, os sintomas ficam mais graves. O corpo já acumula substâncias tóxicas e começam os problemas de visão: turvação, manchas, visão dupla ou até cegueira temporária. Também podem surgir confusão mental, aceleração dos batimentos cardíacos e dificuldade para respirar.

A ingestão de apenas 10 ml de metanol diluído em um litro de bebida é suficiente para causar lesões neuro-oftalmológicas, incluindo cegueira permanente. Segundo os médicos, a perda progressiva de visão é como uma névoa que vai encobrindo tudo aos poucos.

Se não houver atendimento rápido, até 48 horas depois da ingestão, o quadro pode se agravar para falência de órgãos, coma ou até morte. As lesões nos olhos, quando não tratadas a tempo, podem causar cegueira permanente.

O analista químico Siddhartha Giese, do Conselho Federal de Química (CFQ), alerta que a identificação da substância em bebidas alcólicas é difícil.

“O metanol pode ser misturado em qualquer tipo de bebida, inclusive vinhos e cervejas, o que torna a contaminação perigosa. Ele é incolor e tem sabor semelhante ao etanol, dificultando a identificação sensorial”, alerta.

Atenção aos sinais

No caso de Hungria, os sintomas relatados — principalmente a visão embaçada e a dor de cabeça intensa — já indicam que ele entrou na segunda fase de intoxicação. O tratamento rápido é fundamental para evitar sequelas graves.

Autoridades de saúde reforçam que, se alguém beber e apresentar sinais diferentes de uma ressaca comum, como alterações visuais e náuseas persistentes, é preciso procurar atendimento médico imediatamente. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação.

O episódio acontece no momento em que o Brasil enfrenta uma onda de notificações de intoxicação por metanol. O Ministério da Saúde já registrou 43 casos suspeitos, com 10 confirmados em São Paulo e quatro em Pernambuco. Diante da gravidade, foi criada uma Sala de Situação para monitorar os casos em todo o país.

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Fonte: Metrópoles

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