Comissão do Senado deve acionar Castro sobre proteção de crianças no Rio

A Comissão de Direitos Humanos deve enviar, ainda nesta quarta-feira (29), um ofício ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pedindo detalhes sobre os protocolos de segurança para proteger menores de idade durante a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), afirmou, durante sessão deliberativa da comissão nesta manhã, que “quer entender, inclusive, o que vai ser feito daqui para frente para conter os danos causados para as crianças das comunidades”.

“As cenas que nós vimos ontem são gravíssimas. Nós vimos cenas de guerra. Tudo o que nós queremos saber é: quando essa operação foi planejada? Com 2.500 policiais. Ninguém é ingênuo de saber que uma operação dessa não teria danos colaterais”, disse a senadora, que é presidente da comissão.

“Qual foi o item pensado em criança durante essa operação? Qual foi o protocolo acionado para conter os danos às crianças antes, durante e depois da operação?”, questionou ela.

 

Megaoperação no Rio

De acordo com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o número de mortos na operação já passa de 130.

A Praça da Penha, na zona Norte do Rio, amanheceu com uma fila de corpos estendidos em uma lona na manhã desta quarta.

Segundo ativistas e moradores, mais de 60 corpos foram retirados pelos próprios cidadãos de uma região de mata do Complexo da Penha durante toda a madrugada. O número atualizado de mortos não consta no saldo oficial do governo do Rio de Janeiro, que disse na terça (28) que a operação havia sido finalizada com 64 mortos.

Batizada de Operação Contenção, a ação ocorreu em conjunto das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. Para o embate, foram mobilizados cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança, foi resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o Governo do Estado, o objetivo principal era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças criminosas do CV.

Entre os alvos, 30 seriam membros da facção oriundos de outros estados, com destaque para o Pará, que estariam escondidos nessas comunidades.

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