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“Controladores de viadutos”: sala fria vigia 940 estruturas por São Paulo

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“Controladores de viadutos”: sala fria vigia 940 estruturas por São Paulo

No centro de São Paulo, próximo ao Pátio do Colégio, funciona um sistema de monitoramento de Obras de Artes Especiais (OAE), o nome técnico para estruturas de pontes e viadutos. 

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras, a monitoração mais efetiva começou a ser desenhada após a ruptura de uma ponte na Marginal Pinheiros em 2018.

“A gestão viu a importância da gente ter um programa robusto para inspecionar essas pontes. Assim começou essa ação mais forte de inspeção de vistoria nas pontes da cidade, coisa que nunca havia sido feita”, explica Marcos Monteiro, secretário da pasta, em entrevista à CNN Brasil.

Na sala fria mantida pelo ar condicionado, telões e computadores mostram cerca de 940 estruturas da cidade de São Paulo, monitoradas por câmeras e satélites, técnicos acompanham cada movimento milimétrico das vigas e colunas que sustentam toneladas de concreto.


Satélites e câmeras monitoram estruturas da cidade de São Paulo • Thiago Félix/CNN Brasil

A solução adotada pela Prefeitura de São Paulo, a sala de controle, integra dados em tempo real de tudo que acontece nestes locais, desde a movimentação e afundamento da terra, até a dilatação das rachaduras, castigadas pelo sol e pela chuva por anos a fio.

Questionado se há alguma ponte em situação crítica atualmente, mesmo as mais antigas, o secretário afirmou que nenhuma estrutura corre risco. “Isso eu posso lhe afirmar: não tem nenhuma situação crítica, a ponto que exista alguma preocupação da necessidade de alguma interdição”, conclui Monteiro.

A central de monitoramento foi desenvolvida por empresas brasileiras e premiada internacionalmente com o prêmio Smart Cities Innovation, o sistema é pioneiro no mundo.

Prevenção

O monitoramento funciona em várias camadas: o satélite acompanha a movimentação do solo, qualquer movimentação que esteja fora do padrão emite um alerta para aquela estrutura. as câmeras, são posicionadas em locais estratégicos para acompanharem a movimentação das colunas, um item simples que está em nossa rotina desde a pandemia ajudar nesta checagem: Qr Code.

Cada coluna contém um Qr Code, assim a câmera pode acompanhar em tempo real qual a distância milimétrica de um registro para o outro. Após esses itens, uma equipe também faz uma visita esporádica nas pontes, para fazer a varredura completa com imagens e drones, estabelecendo o chamado “gêmeo”, que nada mais é do que um registro completo de todas as medições, ocorrências e ambientes daquela ponte ou viaduto.

Casos os indicadores padrões se alterem, o sistema emite um aviso para que os técnicos possam analisar a situação.

“Às vezes a gente chega no local para confirmar um alerta com essa equipe, por exemplo, que a gente recebeu por causa de uma deformação ali na superfície, mas pode ser que a gente chegue no local e perceba que tem uma obra ali perto, isso pode ter dado interferência. A gente verifica a causa do alarme e aproveitamos a nossa visita e fazemos um relatório fotográfico completo”, explica Rogério Rigato, gerente de novos negócios da Smart Sky, uma das empresas responsáveis pelo produto.

Uma análise feita por inteligência artificial também recolhe qualquer postagem ou notícia que envolva alguma estrutura da cidade, para que os técnicos possam acompanhar qualquer aviso em tempo real. A ideia é de prevenção, checando as medidas dia após dia, para o acompanhamento rotineiro.

Resposta imediata

A central operacional identifica outros tipos de situação, uma ponte na rua Castelo do Piauí, em Itaquera foi interditada após detecção de anomalias, iniciando uma obra de recuperação. No fim de 2024, um incêndio no viaduto Condessa de São Joaquim, foi detectado pelas câmeras, auxiliando no combate ao incêndio no local, sobre a Avenida 23 de Maio.

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