Durante sua participação no WW, o sociólogo e cientista político Alberto Carlos Almeida avaliou que a elite brasileira não possui uma visão liberal da economia.
A análise baseia-se em um estudo sobre as mudanças na identidade do brasileiro, que revela que tanto a população quanto a elite do país demonstram resistência a uma visão liberal da economia, apresentando uma relação pragmática com o papel do Estado e do mercado.
Experiências práticas moldam opinião pública
Na produção de bens e serviços, o estudo identificou mudanças significativas em setores específicos. A telefonia, por exemplo, registrou aumento expressivo no apoio à gestão privada, resultado da percepção de melhoria nos serviços após a privatização.
Por outro lado, no setor de transporte público, predominantemente operado por ônibus, houve um movimento contrário, com a população demonstrando preferência por maior participação estatal. Segundo a análise, esta mudança pode estar relacionada à deterioração dos serviços particulares, influenciada por fatores como a pandemia, aumento do uso de automóveis e motocicletas, e dificuldades no sistema de subsídios.
O estudo conclui que o brasileiro adota uma postura essencialmente pragmática: quando percebe que mais mercado resulta em melhorias em sua vida, apoia iniciativas liberais. Caso contrário, tende a favorecer uma maior presença do Estado, estabelecendo uma relação direta entre a experiência prática com os serviços e sua visão sobre o papel do poder público na economia.