A palavra “inflamação” é um termo comum em redes sociais, embalagens de produtos e em muitas dietas populares. No entanto, seu significado vai além do que o marketing sugere.
No organismo, a inflamação é uma resposta natural do corpo a agressões, como infecções, traumas ou toxinas. É um mecanismo de defesa que mobiliza células e moléculas para reparar tecidos e combater invasores.
Apesar de ser frequentemente associada à doença, ela é fundamental para a manutenção da saúde. O problema surge quando a inflamação deixa de ser pontual e se torna persistente. Nesses casos, o corpo permanece em estado de alerta.
Leia também
-
Tomar leite causa inflamação no organismo? Tire a dúvida
-
5 temperos que combatem a inflamação; saiba quais são e como usá-los
-
Envelhecimento: inflamação do corpo está ligada à vida industrializada
-
Chá com ação detox ajuda a proteger o fígado e reduz inflamação
Existem dois tipos principais de inflamação, cada um com características e efeitos distintos sobre o organismo.
A inflamação aguda é pontual e limitada, surge rapidamente em resposta a uma agressão e, quando o estímulo é eliminado e o problema resolvido, desaparece. É possível observar vermelhidão, calor, dor e inchaço na área afetada.
Já a inflamação crônica persiste sem um gatilho evidente por semanas, meses ou anos — assim, o organismo fica em estado de alerta constante, desgastando os tecidos. Nesses casos, nem sempre há sinais visíveis, mas o quadro provoca alterações metabólicas e imunológicas que contribuem para o desenvolvimento de doenças como aterosclerose, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer.
A diferença essencial entre os dois tipos está na duração, na intensidade da resposta e nos efeitos que cada um causa no corpo. Enquanto a inflamação aguda protege e recupera, a crônica pode prejudicar a saúde se não for controlada.
Banalizar o termo “inflamação” gera riscos, já que não é possível determinar facilmente se alguém está realmente inflamado. Exames laboratoriais, como proteína C reativa ou VHS, podem indicar processos inflamatórios, mas precisam ser interpretados dentro do contexto clínico de cada paciente.
“Grande parte do problema é que tudo passa a ser chamado de inflamatório, correndo o risco de banalizar algo que exige precisão diagnóstica”, alerta Brianna Nicoletti, médica especialista em alergia e imunologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Principais sintomas da inflamação no corpo
- Dor ou sensibilidade localizada.
- Vermelhidão ou calor em regiões específicas.
- Inchaço, edema ou distúrbios digestivos.
- Fadiga constante.
- Dificuldade de cicatrização e mudanças no apetite.
Como tratar processos inflamatórios de forma correta
A inflamação pode ser modulada através de hábitos saudáveis. Um padrão alimentar equilibrado é fundamental: priorizar frutas, verduras, legumes e grãos integrais; incluir fontes de proteínas magras; usar gorduras boas, como azeite de oliva e castanhas; e reduzir ultraprocessados, excesso de açúcar e álcool são as principais dicas.
“O mais importante é o conjunto da dieta. Claro que alimentos como peixes ricos em ômega-3, azeite de oliva, cúrcuma e frutas vermelhas têm compostos que ajudam a modular a inflamação. Mas, isoladamente, eles não funcionam”, destaca a nutróloga Camila Ribeiro, do Rio de Janeiro.
Além da alimentação, fatores do estilo de vida influenciam a inflamação. Dormir bem, praticar atividade física regularmente, controlar o estresse e evitar tabagismo ou poluição são medidas que ajudam a manter o corpo em equilíbrio.
A combinação de hábitos saudáveis e acompanhamento médico é a maneira mais segura de prevenir que a inflamação pontual evolua para a crônica e comprometa a saúde.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Fonte: Metrópoles