EUA e Rússia podem estender último tratado sobre armas nucleares? Entenda

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no início da semana que a oferta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de estender voluntariamente por um ano o último tratado de armas nucleares entre os dois países, conhecido como New START, “parece uma boa ideia”.

Entenda abaixo o que isso significaria para o controle de armas nucleares e quais são os principais problemas que podem ser enfrentados no futuro.

O que Putin ofereceu?

Depois de se recusar a abordar o controle de armas por muito tempo, Putin se ofereceu em setembro para estender voluntariamente por um ano os limites para armas nucleares estratégicas estabelecidos no tratado New START, que expira no dia 5 de fevereiro de 2026.

As armas estratégicas geralmente são de longo alcance e projetadas para influenciar o resultado de uma guerra, e não apenas de uma batalha, destruindo centros de poder, instalações de comando e controle ou infraestrutura nacionalmente crítica.

Último tratado de controle de armas entre a Rússia e os EUA, o New START foi assinado pelos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev em 2010 e entrou em vigor em 2011.

O acordo foi prorrogado por cinco anos em 2021 por Putin e pelo ex-presidente dos EUA Joe Biden.


Encontro entre Biden e Putin, em junho de 2021, em Geneva • Foto: Peter Klaunzer – Pool/Keystone via Getty Images

Por que isso importa?

A Rússia e os EUA, juntos, detêm cerca de 87% do estoque global de armas nucleares — o suficiente para destruir o mundo muitas vezes.

A Rússia possui 5.459 ogivas nucleares, enquanto os Estados Unidos, 5.177, de acordo com a FAS (Federação de Cientistas Americanos).

Seus tratados de controle de armas nasceram do medo de uma guerra nuclear após a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962. Uma maior transparência sobre o arsenal do oponente visava reduzir a margem para mal-entendidos e desacelerar a corrida armamentista.

Agora, com todas as grandes potências nucleares buscando modernizar seus arsenais e a Rússia e o Ocidente em desacordo estratégico há mais de uma década, principalmente por causa da guerra na Ucrânia, quase todos os tratados ruíram. Cada lado culpa o outro por isso.

O que acontece agora?

Putin disse que não estava claro o que aconteceria no futuro se uma extensão de um ano do tratado fosse assinada.

Ele afirmou que novos limites voluntários dependeriam das ações dos EUA, alertando que os “preparativos de Washington para a implantação de interceptadores no espaço” poderiam minar os esforços para manter o status quo.

Trump afirmou em maio que havia criando um projeto para o Domo de Ouro, de US$ 175 bilhões, que formaria uma rede de centenas de satélites para detectar, rastrear e potencialmente interceptar mísseis.

Rússia e EUA possuem novos sistemas de armas que, segundo a outra parte, são essencialmente estratégicos. Putin afirmou que os EUA consideram o míssil balístico de médio alcance “Oreshnik” uma arma estratégica.

A Rússia também possui o míssil balístico manobrável Kinzhal e o veículo hipersônico de propulsão e planeio Avangard, com capacidade nuclear.

Testes nucleares

A Rússia tem repetidamente manifestado publicamente preocupações sobre uma possível retomada dos testes nucleares.

Durante o primeiro mandato de Trump como presidente, de 2017 a 2021, seu governo discutiu se realizaria ou não o primeiro teste nuclear dos EUA desde 1992, informou o Washington Post em 2020.

Putin afirmou em 2 de outubro que a Rússia realizaria um teste nuclear se outra potência nuclear o fizesse, pontuando ter visto sinais de que um país não identificado estava fazendo tais preparativos: “Nós vemos, sabemos e, se acontecer, faremos o mesmo”.

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