A exportação de carne bovina para os Estados Unidos caiu 58% entre agosto e setembro, segundo dados da balança comercial, divulgados nesta segunda-feira (6/10) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A carne bovina está incluída no tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Além disso, outros produtos tiveram as exportações afetadas, como é o caso do café, que teve queda de cerca de 29% nas exportações no mês de setembro.
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Veja outras quedas nas exportações:
- Tabaco — 95,7%;
- Armas e munições — 92%;
- Açúcar e melaço — 77%.
Ainda, considerando todas as exportações, houve queda de 20,3% nos produtos destinados aos Estados Unidos.
Para o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a tendencia é que as exportações para os EUA continuem a cair caso o tarifaço seja mantido. “Tem alguns produtos que mesmo não tarifados estão caindo, isso está relacionado muito provavelmente com a atividade econômica”, disse ao avaliar que o choque tarifário reduz o consumo.
O diretor participou de uma coletiva de imprensa para detalhar os dados da balança comercial.
Tarifaço de Donald Trump
Trump sancionou tarifas de 50% contra o Brasil sob a justificativa de que a relação entre os países é superavitária para o Brasil, ou seja, que o Brasil exporta mais do que importa dos EUA, quando a relação comerciais dos países é superavitária para os EUA.
- Superávit é quando um país exporta mais do que importa, déficit é quando acontece o contrário.
O Brasil tem tentado, desde o anúncio das tarifas, negociar com a Casa Branca, sem sucesso. Na manhã desta segunda-feira, no entanto, houve um encontro remoto entre o presidente Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar sobre o tema.
Os líderes já haviam se encontrado rapidamente na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Balança Comercial de Setembro
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3 bilhões em setembro. Houve queda de 41,1% em relação ao mesmo período de 2024, que registrou saldo positivo de US$ 5,1 bilhões.
Em relação às importações, houve um crescimento de 17,7 % no saldo positivo na comparação com o mesmo período de 2024. Já sobre as exportações o crescimento foi de 7,2%.
O MIDC revisou o resultado da balança comercial para 2025. Agora, a nova projeção é de superávit de US$ 60,9 bilhões ante os US$ 50,4 bilhões projetados anteriormente. A perspectiva é de queda de 17,9% com relação ao ano anterior, que marcou saldo de US$ 74,2 bilhões.
Fonte: Metrópoles