Focus: mercado reduz projeção de inflação do ano pela 2ª semana

Analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) revisaram para baixo a projeção para a inflação deste ano pela segunda semana seguida. É o que mostra o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (6/10).

Conforme o Focus, a estimativa para 2025 passou de 4,81%, na semana passada, para 4,80%. Embora ainda esteja acima do teto da meta deste ano, de 4,50%, as expectativas do mercado para a inflação deste ano estão se aproximando do limite superior do objetivo traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O que é o relatório Focus

  • O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
  • O Focus é tradicionalmente divulgado toda segunda-feira.
  • O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
  • As projeções são do mercado, não do Banco Central. A autoridade monetária só reúne e divulga os dados.

Para 2026, o mercado prevê a inflação dentro da meta, que é de 3% com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Confira como ficaram as estimativas dos analistas para o indicador:

  • para 2026, ficou em 4,28%;
  • para 2027, está em 3,90%; e
  • para 2028, é de 3,70%.

A inflação ficou acima do teto da meta em junho, com acumulado de 5,35%a primeira vez que um estouro foi registrado no novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses, chamado de “meta contínua”.

*No regime de meta contínua, o índice é apurado mês a mês. Caso o acumulado dos meses fique acima do fixado por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Para setembro, os analistas consultados pelo BC apostam em uma elevação de 0,55% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o termômetro oficial da inflação do país. O IPCA de setembro será divulgado em 9 de outubro.

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PIB

As estimativas do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste e dos próximos três anos seguem as mesmas da semana anterior, conforme as estatísticas do relatório Focus.

*O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo, enquanto um recuo implica encolhimento da produção econômica.

O PIB do Brasil desacelerou no segundo trimestre, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade cresceu 0,4% em comparação aos primeiros três meses do ano, quando teve alta de 1,3% com destaque para a expansão do agro.

Confira como ficaram as demais projeções do PIB:

  • para 2025, está em 2,16%;
  • para 2026, é de 1,80%;
  • para 2027, segue em 1,90%; e
  • para 2028, continua em 2%.

A projeção do mercado para a expansão do PIB em 2025 segue em linha com o previsto pelo governo e BC. Isso porque o Ministério da Fazenda espera que a economia brasileira suba 2,3% neste ano, enquanto o Banco Central projeta uma expansão de 2%. A expectativa é que o crescimento PIB siga em ritmo mais moderado no segundo semestre.

Taxa de juros

Na reunião de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros do país, a Selic, em 15% ao ano. Ou seja, o colegiado votou pela continuidade da taxa em patamar mais restritivo.

O mercado manteve, pela 14ª semana consecutiva, a projeção da Selic em 15% ao ano, conforme as estatísticas do Focus. Assim, os analistas não esperam novas elevações ou cortes em 2025.

As previsões dos analistas para os demais anos seguem as mesmas, confira abaixo:

  • Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,25% ao ano.
  • Para 2027, a previsão da taxa de juros é de 10,50% ao ano.
  • Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.

A próxima reunião do Copom está marcada para 4 e 5 de novembro.

Dólar e balança comercial

Dólar

Nesta edição do Focus, os analistas financeiros revisaram para baixo as estimativas para a taxa de câmbio de 2025 e 2026. Por outro lado, as previsões do dólar para 2027 e 2028 não sofreram mudanças no período.

Confira as expectativas do mercado para o dólar:

  • 2025: passou de R$ 5,48 para R$ 5,45.
  • 2026: recuou de R$ 5,58 para R$ 5,53.
  • 2027: segue em 5,56.
  • 2028: permaneceu em R$ 5,56.
Balança comercial

O saldo previsto para a balança comercial (diferença entre o total de exportações e importações) deste ano caiu de US$ 64,60 bilhões para US$ 64,40 bilhões de superávit. De acordo com o Focus deste semana, as projeções referentes a 2026, 2027 e 2028 também foram revisadas para baixo.

Confira o que o mercado espera da balança comercial para:

  • 2026: a projeção de superávit caiu de US$ 68,38 bilhões para US$ 67,35 bilhões.
  • 2027: a previsão para o saldo positivo da balança comercial passou de US$ 75,5 bilhões para US$ 75,45 bilhões.
  • 2028: a expectativa de superávit foi de US$ 75 bilhões para US$ 73,94 bilhões.

Em setembro, o saldo da balança comercial foi superavitário (quando as exportações superam as importações) em US$ 5,36 bilhões. No ano, acumula saldo positivo de US$ 59,12 bilhões, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).



Fonte: Metrópoles

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