Alberto Carlos Almeida, sociólogo e cientista político, explicou, durante sua participação no WW nesta sexta-feira (3), que o Brasil vive um aumento no número de pessoas que se declaram sem religião, especialmente entre os jovens.
Um estudo liderado pelo especialista, identificou transformações importantes na forma como os brasileiros interpretam textos sagrados.
Houve um crescimento no apoio ao literalismo bíblico, não apenas entre evangélicos, mas também entre católicos. Este último grupo, em uma tentativa de conter a perda de fiéis, passou a adotar uma interpretação mais literal da Bíblia, distanciando-se da tradicional visão católica que considera as escrituras como textos inspirados por Deus.
Mudanças na autodeclaração racial
A pesquisa também abordou transformações na identidade racial dos brasileiros. Os dados indicam um aumento significativo na proporção de pessoas que se autodeclaram pardas e pretas.
Este fenômeno é atribuído principalmente a dois fatores: a cor da pele e a influência dos documentos oficiais, que desde os anos 2000 exigem esta classificação em diversos contextos administrativos.
Um aspecto interessante revelado pelo estudo é que, apesar da intensa discussão sobre questões raciais nas últimas duas décadas, a relação entre raça e continentes de origem diminuiu na percepção dos brasileiros. O percentual de pessoas que associavam raças a continentes específicos caiu de 20% para 10% no período analisado.