Cerca de 137 ativistas detidos por Israel por participarem de uma flotilha que buscava levar ajuda a Gaza estão sendo levados de avião para Istambul, informou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia neste sábado (4).
Entre os membros da flotilha, segundo o Itamaraty, estão 15 brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-PE).
A embaixada em Israel acompanha o caso, mas ainda não há informações sobre quando os brasileiros voltarão ao país.
Em nota, o governo brasileiro condenou a interceptação e a execução da liberação dos manifestantes.
O conjunto de ativistas inclui 36 cidadãos turcos, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Marrocos, Itália, Kuwait, Líbia, Malásia, Mauritânia, Suíça, Tunísia e Jordânia, acrescentaram fontes do ministério.
O Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que 26 italianos estavam a bordo, com outros 15 ainda detidos em Israel e que deverão ser deportados na próxima semana, juntamente com ativistas de outras nações.
Israel interceptou todos os cerca de 40 barcos de uma flotilha que levou ajuda para Gaza e detiveram mais de 450 ativistas.
Um primeiro grupo de italianos da flotilha – quatro parlamentares – chegou a Roma na sexta-feira (3).
“Aqueles que agiram legalmente eram as pessoas a bordo dos barcos; aqueles que agiram ilegalmente foram os que os impediram de chegar a Gaza”, disse Arturo Scotto, um dos legisladores italianos que participaram da missão, em uma coletiva de imprensa em Roma.
“Fomos brutalmente impedidos… brutalmente tomados como reféns”, disse Benedetta Scuderi, outra parlamentar italiana.
Amarrados de joelhos por horas
O Ministério das Relações Exteriores de Israel escreveu no X que todos os ativistas detidos estavam “seguros e em boas condições de saúde”, acrescentando que estava empenhado em concluir as deportações “o mais rápido possível”.
De acordo com Adalah, um grupo israelense que oferece assistência jurídica aos membros da flotilha , alguns deles não tiveram acesso a advogados e não tiveram acesso a água e medicamentos, bem como ao uso de banheiros.
Os ativistas também foram “forçados a se ajoelhar com as mãos amarradas com zíper por pelo menos cinco horas, depois que alguns participantes gritaram ‘Palestina Livre’”, disse Adalah.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A flotilha, que iniciou sua missão no final de agosto, marcou a última tentativa dos ativistas de desafiar o bloqueio naval israelense ao enclave palestino de Gaza, onde Israel vem travando uma guerra desde o ataque mortal do grupo militante palestino Hamas a Israel em outubro de 2023.
As autoridades israelenses denunciaram repetidamente a missão como um golpe e anunciaram contra a violação de um “bloqueio naval legal”.