O Ministério das Relações Exteriores realizou na manhã desta segunda-feira (6) mais uma visita consular aos brasileiros detidos em Israel. Sem previsão de soltura, os ativistas estavam em uma flotilha rumo à Faixa de Gaza quando foram interceptados pela marinha israelense.
O Itamaraty não divulgou detalhes quanto à visita. À CNN, disse que o tema está “em evolução”.
Na sexta (3), representantes da embaixada do Brasil em Tel Aviv estiveram na unidade prisional para onde foram encaminhados os brasileiros e, segundo relatos da delegação que participou da visita, todos aparentavam bom estado de saúde.
Como mostrou a CNN, todos os ativistas da flotilha humanitária Global Sumud detidos pelos militares israelenses haviam sido transferidos para um centro de detenção em Ketziot, no sul de Israel, próximo à fronteira com o Egito.
Dentre os detidos, estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e o ativista Thiago Ávila, que comunicou no sábado (4), durante audiência na corte israelense, que não vai mais beber água até que sejam entregues remédios essenciais à comitiva.
Segundo a organização da flotilha, os participantes disseram que, até sexta (3), estavam sendo privados de tratamento médico essencial e medicamentos.
No domingo (5), o perfil de Ávila publicou uma postagem dizendo que ele e outros três ativistas também fariam greve de fome enquanto estão “ilegalmente presos”.
Ativistas deportados
Desde que a flotilha foi interceptada, cerca de 137 ativistas foram deportados. A informação é do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, para onde foram levados ativistas de diferentes nacionalidades.
Aos integrantes da representação diplomática brasileira em Tel Aviv, foi informado que o governo de Israel ofereceu aos detidos a oportunidade de assinarem um documento que tornaria mais célere o processo de deportação.
Apenas cinco brasileiros manifestaram interesse em assinar o termo. Um deles já foi deportado. Nicolas Calabrese, professor de educação física e militante do Psol foi liberado no sábado (4) e deve desembarcar no Brasil nesta segunda-feira.
Os brasileiros que não concordaram com a deportação devem passar por um processo de julgamento. A deputada Luizianne Lins foi uma das ativistas que optou por não assinar o termo.
Flotilha Global Sumud
Formada por civis, a flotilha Global Sumud (palavra que significa “resiliência” em árabe) tinha o objetivo de romper o cerco feito por Israel por mar e abrir um corredor humanitário na Faixa de Gaza.
A marinha israelense interceptou as embarcações na quarta (1º) e, primeiramente, transferiram os passageiros para um porto em Israel. Ao todo, 14 brasileiros foram detidos.