Longevidade: os parâmetros da medicina para definir que pessoa é idosa

Uma das preocupações mais universais da população é conseguir envelhecer bem, por isso vemos cada vez mais pessoas chegando aos 60 anos, idade em que oficialmente se pode considerar alguém como idoso no Brasil, com muita vitalidade e jovialidade.

Para estas pessoas, é difícil se imaginar como futuros pacientes de um geriatra, por exemplo. Mas o acompanhamento médico especializado, longe de ser um atestado de velhice, pode ser a chave para manter a qualidade de vida aliada à longevidade.

Para a medicina, há dois parâmetros para pensar quando um paciente é idoso. O primeiro é o legal, que usa o mesmo critério legal de 60 anos para definir o indivíduo. O outro, entretanto, é da idade biológica e que varia de paciente para paciente. Segundo os especialistas ouvidos pelo Metrópoles, na realidade, há muitos benefícios de iniciar o acompanhamento especializado até mesmo começar antes, entre os 40 e 50 anos.

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Que sinais do envelhecimento devo observar?

O geriatra é um médico especializado no avançar da idade e de seus reflexos na saúde, não apenas no atendimento de uma pessoa idosa. Ele se ocupa de aspectos do envelhecimento, como problemas físicos e sociais, que possam afetar a saúde, pensando na prevenção de riscos e em uma longevidade saudável.

“Percebemos o envelhecimento através de diversos sinais físicos observáveis em quase todas as pessoas, embora a progressão e a intensidade desses sinais variem consideravelmente”, explica a médica geriatra Juliana Elias Duarte, coordenadora de Geriatria do Hospital Orizonti, em Belo Horizonte (MG).

“Estes sinais já começam aos 30 anos, com a perda de elasticidade da pele. Mas, sem dúvida, os efeitos que mais preocupam são a partir dos 70 anos. É quando o sistema imunológico torna-se menos eficiente, aumentando a susceptibilidade a infecções, os reflexos ficam mais lentos, elevando o risco de quedas, e a perda de massa muscular se intensifica, levando à sarcopenia e dificultando a locomoção. A pele torna-se mais flácida e surgem manchas senis, resultado da exposição solar ao longo da vida”, resume a especialista.

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Quando ir ao geriatra?

Pensando nestes critérios, o médico Marco Túlio Cintra, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), recomenda que as consultas geriátricas comecem por volta dos 55 anos, como forma de acompanhamento precoce.

“O geriatra é um médico importante para garantir a qualidade de vida da pessoa idosa, pois é capaz de avaliar e tratar de doenças buscando entender os fatores biopsicossociais que estão influenciando em cada caso e atuando de forma interdisciplinar com outros profissionais da saúde, como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais para abordar o envelhecimento de forma completa. O médico geriatra também é capaz de avaliar e identificar complicações causadas pelo uso de medicamentos inapropriados para a idade ou em excesso, orientar sobre medidas de prevenção e perda de funcionalidade; orientar sobre vacinação e uso de suplementos”, afirma Cintra.

Focos de atuação dos geriatras

1. Prevenção em primeiro lugar

O grande diferencial da geriatria está na medicina preventiva. Consultas regulares e exames de rotina ajudam a identificar doenças em estágio inicial, aumentando as chances de tratamento eficaz.  Cintra destaca a atuação na prevenção de condições como demências, hipertensão arterial, diabetes e osteoporose.

2. Tratamentos de saúde

A atuação do geriatra também ocorre no tratamento de pacientes idosos. Insuficiência cardíaca, doenças arteriais, artrite e artrose, sarcopenia, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, depressão, ansiedade, desnutrição, obesidade, constipação crônica, doença diverticular, insônia e distúrbios do sono, e cuidados de câncer em idades avançadas são algumas condições que podem ser tratadas pelo geriatra.

3. Alimentação e movimento

Uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos são fundamentais para manter a autonomia na terceira idade. O geriatra orienta o paciente sobre escolhas adequadas de alimentação e atividade física, levando em conta as condições de saúde e os riscos individuais.

“Um dos nossos principais focos é evitar a osteosarcopenia e a síndrome de fragilidade. Dos 40 aos 80 anos, perdemos 40% da massa muscular. O tratamento é feito com nossas análises para escapar de cenários de limitações de movimento e preservar a qualidade de vida dos nossos pacientes”, explicou o geriatra Rodrigo Buksman durante o Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or 2025, em agosto.

3. Viver mais e melhor

Envelhecer não significa abrir mão de novas experiências. O acompanhamento especializado garante segurança para que o idoso explore hobbies, atividades artísticas e rotinas que tragam prazer, disposição e bem-estar.

4. Suporte social

A geriatria também considera os fatores sociais do envelhecimento. O médico observa sinais de isolamento, baixo suporte familiar ou discriminação, condições que podem fragilizar a saúde do idoso. A atenção a esse aspecto garante não só cuidado físico, mas também emocional.

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Fonte: Metrópoles

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