Manifestantes se reuniram em frente ao Masp, na Avenida Paulista (SP), na noite desta sexta-feira (31), para protestar contra a megaoperação da Polícia Civil realizada no Rio de Janeiro, na última terça (28).
Os manifestantes saíram em direção à praça do Ciclista, situada entre as ruas Bela Cintra e Consolação. Eles reuniram cartazes que exibiram mensagens com críticas à operação e ao governo de Cláudio Castro.
Em frente ao Masp, silhuetas de corpos foram pintadas e velas foram acendidas em menção aos mortos na ação policial. Durante o trajeto, manifestantes realizaram paradas em pontos específicos da Avenida Paulista.

Representantes de movimentos populares e entidades representativas do movimento negro e de mães que perderam filhos em operações policiais discursaram em um carro de som. O ato foi acompanhado pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Municipal.
Megaoperação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro atualizou para 121 o número total de mortos na megaoperação. A informação foi confirmada na manhã dessa quinta-feira (30), após os registros da chegada de corpos no IML (Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, na região central do Rio.
Batizada de Operação Contenção, a ação envolveu cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar, com o objetivo de frear o avanço territorial do CV (Comando Vermelho) e cumprir cerca de 100 mandados de prisão nos complexos do Alemão e da Penha. Entre os alvos, 30 eram de outros estados, incluindo membros da facção vindos do Pará.
Segundo o balanço do governo do RJ, a operação resultou em 121 mortos: 54 corpos de civis foram encontrados no dia da ação e outros 63 foram achados por moradores em uma região de mata do Complexo da Penha na quarta-feira (29). Quatro policiais também morreram na ação — dois policiais militares e dois policiais civis.