A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está presa na Itália. No entanto, o gabinete dela em Brasília continua funcionando normalmente. E com despesas crescentes nos últimos meses.
Em maio, quando pediu licença do mandato (no dia 29), usou R$ 127,8 mil da verba que tem direito para pagar salários de até 25 secretários parlamentares.
Em junho essa despesa caiu para R$ 107 mil, em julho e agosto foi de R$ 89 mil. No mês passado, esse montante subiu para R$ 103 mil.
Carla Zambelli tem doze servidores à sua disposição no gabinete na Câmara. Entre estes, dez foram contratados entre setembro e outubro deste ano. A CNN tenta contato com a assessoria da parlamentar para explicar essas contratações.
A licença de Zambelli acabou no dia 5 de outubro. Agora, a deputada começou a acumular faltas e pode perder o mandato. Ela também é alvo de um pedido de cassação que está sendo analisado pelo Conselho de Ética da Casa.
Em maio, a deputada foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserção de documentos falsos, em 2023.
Deputada tenta deixar prisão
Zambelli ingressou com um pedido na Corte Interamericana de Direitos Humanos para deixar a prisão feminina de Rebbibia, na Itália.
O pedido é assinado pelo advogado Fabio Pagnozzi, que faz um histórico do processo de condenação da parlamentar bolsonarista e aponta laudos médicos de que ela sofre “grave quadro de saúde”.
A parlamentar está presa desde 29 de julho. Ela recorreu a todas as instâncias judiciais italianas para responder a processo de extradição em um apartamento em Roma, mas os pedidos foram negados.
A defesa argumenta no pedido que, durante o processo criminal, houve violações às garantias judiciais. E ressalta que Zambelli sofre fibromialgia, doença cardiovascular e depressão severa.
O advogado diz ainda que a prisão italiana não oferece tratamento médico adequado e especializado, o que configura desrespeito a acordos internacionais.