Meta pretende usar chats com IA para anunciar produtos

A Meta em breve passará a utilizar as conversas que as pessoas têm com seu chatbot de inteligência artificial para aprimorar ainda mais suas vendas direcionadas.

A empresa anunciou na quarta-feira (1º) que as conversas e interações dos usuários com a Meta AI serão em breve utilizadas para entregar anúncios ainda mais personalizados. Os usuários começarão a ver avisos sobre a mudança na próxima semana, mas ela só entrará em vigor em 16 de dezembro.

A Meta já direciona anúncios aos usuários com base no que eles publicam e clicam, bem como em suas conexões nas plataformas de mídia social. Esses dados permitem que a Meta deduza o que os usuários podem ter interesse em comprar. Mas em conversas com o chatbot da Meta, os usuários podem informar diretamente à empresa sobre o que estão procurando comprar, a viagem que farão em breve ou problemas que um produto poderia resolver.

A empresa também utilizará dados da Meta AI para ajudar a decidir que tipos de conteúdo os usuários veem em seu site.

A Meta explica, por exemplo, que se um usuário conversar com o chatbot sobre caminhadas, saberá que ele está interessado no esporte e apresentará mais conteúdo relacionado a caminhadas. No entanto, a mudança também aumenta a pressão sobre a Meta para evitar que conversas pessoais ou difíceis com a IA – por exemplo, sobre relacionamentos, considerando quantas pessoas agora usam chatbots como terapeutas – resultem em recomendações de conteúdo potencialmente prejudiciais.

“Assim como outros serviços personalizados, adaptamos os anúncios e conteúdos que você vê com base em sua atividade, garantindo que sua experiência evolua conforme seus interesses mudam”, disse a Meta em um post no blog de quarta-feira anunciando a mudança. “Muitas pessoas esperam que suas interações tornem o que elas veem mais relevante. Em breve, as interações com IAs serão mais um sinal que usaremos para melhorar a experiência das pessoas.”

A Meta AI tem 1 bilhão de usuários mensais, segundo a empresa, embora não esteja claro com que frequência esses usuários interagem com ela. Os usuários podem conversar com o chatbot através do Facebook, Instagram, WhatsApp ou do aplicativo independente Meta AI.

E a empresa já está arrecadando somas enormes com seu negócio de publicidade. Apenas no último trimestre, ganhou US$ 46,5 bilhões em receita publicitária, um aumento de mais de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As ações da Meta (META) subiram cerca de 20% desde o início deste ano, elevando seu valor de mercado para US$ 1,8 trilhão até 1º de outubro.

No entanto, alguns especialistas do Vale do Silício acreditam que as pessoas cada vez mais preferirão fazer compras online através de chatbots com IA, em vez de realizar buscas no Google ou navegar pelas redes sociais. A OpenAI, concorrente da Meta, lançou na segunda-feira (29) a possibilidade de usuários comprarem determinados itens diretamente através de seu chatbot, o ChatGPT, embora atualmente não seja um negócio baseado em anúncios.

Os usuários da Meta ainda terão a opção de utilizar a ferramenta “preferências de anúncios” para adicionar ou remover tópicos para anúncios direcionados, e a empresa oferece recursos semelhantes para que os usuários controlem o conteúdo em seus feeds do Facebook e Instagram.

A Meta também informou que não veiculará anúncios personalizados baseados em conversas com o chatbot sobre visões religiosas, orientação sexual, opiniões políticas, saúde, origem racial ou étnica, crenças filosóficas ou filiação sindical, mantendo sua política mais ampla de não segmentar usuários com base nessas categorias. (Para esclarecer, a Meta ainda permite anúncios relacionados a esses tópicos, apenas não direciona os usuários com base em seu suposto interesse por eles.)

Após o lançamento do aplicativo Meta AI, surgiram relatos de usuários constrangidos por terem compartilhado publicamente, sem perceber, conversas pessoais que aparentemente acreditavam ser privadas sobre problemas de relacionamento ou finanças. A Meta posteriormente adicionou um aviso que alertava os usuários antes de publicarem uma conversa com IA em um feed chamado Discover.

Esse feed foi substituído na semana passada pelo “Vibes”, um feed de rolagem infinita de vídeos gerados por IA criados por usuários.

Assim, com a mudança na segmentação de anúncios da Meta entrando em vigor ainda este ano, se você assistir a muitos vídeos de cachorro gerados por IA no Vibes, prepare-se para ser alvo de anúncios relacionados a cachorros no Instagram.

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