Em coletiva realizada na manhã desta sábado (4), o ministro da Saúde Alexandre Padilha fez recomendações à população em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, considerando o aumento de casos suspeitos de intoxicação por Metanol em 12 estados do país.
“Neste momento evite ingerir bebidas destiladas, em especial bebidas lacradas com a rosca”, afirmou o ministro. Padilha explicou ainda que não foi identificada a presença de Metanol em latinhas e que essa embalagem é mais difícil de ser adulterada, mas não descartou o risco.
O ministro anunciou que subiu para 127 o número de casos notificados de intoxicação por Metanol, dos quais 11 são confirmados. Até sexta-feira (3), eram 113 casos notificados.
De acordo com o Ministério, 4300 ampolas de um estoque estratégico de etanol farmacêutico – que serve como antídoto para a intoxicação por Metanol – chegará na próxima semana e será distribuído por todo o país. Além isso, 609 farmácias brasileiras tem a capacidade de produzir o composto.
Na coletiva, Padilha afirmou ainda que o Ministério da Saúde fez a aquisição de 2500 tratamentos de Fomepizol, vindas do exterior e que também tem previsão de chegada para esta semana. O medicamento é uma outra alternativa de antídoto para os casos de intoxicação.
De acordo com o Ministério, 12 estados registraram casos suspeitos de intoxicação por Metanol. O Governo firmou que tem garantido em toda a rede do SUS (Sistema Único de Saúde), o etanol farmacêutico para ser usado em casos suspeitos de intoxicação por Metanol.
O que se sabe sobre a intoxicação por Metanol
A intoxicação por metanol gera sintomas semelhantes aos de uma embriaguez por etanol (o álcool comumente usado em bebidas alcoólicas), mas de forma mais intensa e possivelmente fatal.
Segundo o Ministério da Saúde, os sinais de alerta costumam aparecer, em média, de 12 a 24 horas após a ingestão da substância, incluindo dor de cabeça intensa, náusea e vômitos, dor abdominal, confusão mental, visão turva repentina e cegueira em ambos os olhos.
De acordo com Felipe Liger, médico emergencista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é fundamental buscar o pronto-atendimento assim que notar os sintomas suspeitos. “Quanto mais precoce o diagnóstico for estabelecido e o tratamento inicial for realizado com todo o suporte clínico e, eventualmente, uso de antídotos, melhor será o prognóstico”, afirma. “É importante lembrar que a intoxicação por metanol é uma situação com alto risco de morte e dano permanente.”
O tratamento da intoxicação por metanol pode ser feito com o uso de corretores de acidez, como bicarbonato, o tratamento com vitaminas, como ácido fólico, e o uso de antídotos, como o etanol venoso, que inibe a enzima álcool desidrogenase para prevenir a formação de seus metabólitos. Seu uso está restrito aos centros de referência em intoxicação do Sistema Único de Saúde (SUS).
*Sob supervisão de Fernanda Tavares