O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro quer receber informações sobre as perícias para identificação dos mais de cem mortos na megaoperação realizada, na terça-feira (28), pela polícia fluminense nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte carioca.
O ofício enviado nesta quarta-feira (29) pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão Adjunto, Julio José Araujo Junior, solicita ao diretor do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, André Luís dos Santos Medeiros, que a resposta seja apresentada em 48 horas, “dada a urgência do tema”.
Autoridades de segurança do governo Cláudio Castro (PL) confirmaram nesta quarta-feira a morte de 119 pessoas, das quais 4 são agentes das Polícias Civil e Militar e os demais, suspeitos de envolvimento com o crime organizado, segundo a gestão fluminense.
Moradores das comunidades localizaram e retiraram cadáveres de áreas de mata próximas aos locais da operação, por conta própria.
O ofício do MPF elenca oito itens mínimos a serem cumpridos pelo IML fluminense nos protocolos adotados para identificação dos corpos:
- Descrição completa das lesões externas;
- Descrição completa das lesões internas;
- Identificação dos projéteis nos corpos e extração para encaminhamento pericial;
- Exame radiográfico dos polibaleados;
- Croqui com lesão dos corpos;
- Fotografia de todas as lesões encontradas nos cadáveres;
- Fotografia das características individualizantes; e
- Item de discussão contendo trajetória dos projetis e distância dos disparos
Na própria terça-feira, dia da megaoperação policial, o MPF e a Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro haviam pedido informações ao governador Cláudio Castro sobre as ações nos Complexos do Alemão e da Penha.
