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“Nada foi feito”, diz Dino sobre aplicação da ADPF das Favelas no RJ

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“Nada foi feito”, diz Dino sobre aplicação da ADPF das Favelas no RJ

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta quinta-feira (30) que “nada” foi cumprido do acordo homologado na Corte sobre a chamada “ADPF das Favelas”, que estabeleceu medidas para redução da letalidade policial, durante a megaoperação do Rio de Janeiro que deixou mais de 120 mortos.

A declaração do ministro ocorreu no plenário do Supremo ao votar sobre uma ação relacionada ao direito ao silêncio durante abordagem policial. O processo tem repercussão geral.

“Muito recentemente nesse plenário, ao julgar a assim chamada ADPF das Favelas, reiteramos ditame básico do Código de Processo Penal em torno da guarda da cena de um crime e da realização de perícia independente. Vejamos os eventos recentes [operação no Rio], nada disso foi feito”, afirmou.

“Rigorosamente, nada. E, claro, se houvesse câmeras, isso ajudaria nessa atividade”, prosseguiu. Dino defendeu que o uso das câmeras protege o policial que cumpre as normas legais.

O ministro avaliou que a implementação de câmeras nas fardas dos policiais é cara e muitas delegacias não têm estrutura básica de operação — situação que complica a implementação do acordo homologado pelo Supremo.

No entanto, o magistrado apontou que considera como maior obstáculo mudar a cultura policial da violência. “O custo de implementação é um obstáculo”. Mas “há um obstáculo maior, que são os obstáculos culturais traumáticos”, frisou.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), já se manifestou publicamente com forte descontentamento em relação à ADPF das Favelas. O chefe do Executivo classificou o acordo como “maldito”.

A CNN tenta contato com o governo fluminense.

O que diz a ADPF das Favelas

A ADPF das Favelas — Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635 — foi ajuizada no Supremo em 2019 pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro). No pedido inicial, o partido questiona a violência policial em operações nas comunidades do Rio de Janeiro e busca estabelecer diretrizes para reduzir a letalidade policial.

Em abril deste ano, a Corte chegou a um consenso sobre a ADPF das Favelas e homologou parcialmente um plano do governo do Rio.

Entre as medidas homologadas estão:

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