O comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário e ex-deputado federal Alexis Fonteyne discutiram, nesta sexta-feira (10), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), sobre o impacto no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma nova indicação do presidente Lula.
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou aposentadoria antecipada após 12 anos na Corte. Ele poderia ocupar o cargo por mais oito anos.
Cardozo avalia que a composição do STF é um reflexo das escolhas da população.
“É importante ter claro que essa é uma escolha indireta do povo, o povo nas urnas escolhe o perfil político do seu governo e, evidentemente, dentro do seu perfil político o governo, escolhe um ministro que atenda às suas perspectivas da formação da Primeira Corte”, opinou.
“Lula teve três mandatos, Dilma teve um e meio, Bolsonaro teve um. Quem escolheu isso? O povo. Então é absolutamente natural que Lula escolha pessoas que entenda como adequadas ao perfil do seu governo na perspectiva político-ideológica, que Dilma o fizesse e que Bolsonaro também”, continuou.
Fonteyne defende que o STF ficará ainda mais politizado com uma nova indicação de Lula.
“Eu entendo que é muito ruim para a democracia brasileira e para a composição do Supremo. Vamos lembrar que dos onze membros que nós temos hoje, sete são indicações ou de Lula ou da Dilma”, disse.
“Eu entendo que deveria ter uma lei ou uma regra para escolher ministros do Supremo, que deveria ser impedida qualquer pessoa que tivesse sido advogada de qualquer partido, seja esquerda ou direita, que tivesse advogado para sindicatos ou movimentos sociais e que tenha tido filiação partidária, porque isso mostra uma contaminação política”, prosseguiu.