Um estudo realizado pelo Fundo de Impacto Estímulo apontou que 64,2% dos pequenos empreendedores gaúchos tiveram perdas de clientes e vendas afetadas, além de 23,5% registrarem danos parciais em seus estabelecimentos.
Considerando aqueles que tomaram crédito, a pesquisa diz que 52,7% usaram os recursos para pagar dívidas e manter as contas em dia, já 7% utilizou os recursos para recuperação de suas estruturas danificadas pelas chuvas.
Além disso, com o crédito em caixa, 60% dos empreendedores afirmam que conseguiram recuperar um pouco o seu faturamento. 24,6% dizem que manteve o mesmo de antes. O crédito também ajudou no quesito emprego, com quase 70% deles conseguindo manter o mesmo número de funcionários.
“Entramos na fase do crescimento. Nosso foco passa a ser recuperar a eficiência econômica do estado por meio da força dos empreendedores gaúchos. É um movimento de apoio recorrente e coletivo, com potencial para prosperar ainda mais, com inovação, resiliência e impacto positivo”, afirma Lucas Conrado, diretor do Fundo de Impacto Estímulo.
A iniciativa lançou há um ano – de forma emergencial -, o Fundo Estímulo Retomada RS, que tem como principal objetivo oferecer crédito em condições especiais e sem burocracia ao maior número possível de micro e pequenos empreendedores gaúchos. Já ajudou 665 empreendedores de 116 cidades do estado.
O ticket médio do crédito é de R$ 74 mil, com taxas que giram em torno de 1%. Do total, 93% dos empreendedores beneficiados estão em regiões de baixa renda, 30% conseguiram crédito pela primeira vez e 28% são mulheres liderando seus negócios.
O fundo ainda registra R$ 15 milhões disponíveis em caixa para todo o estado até o fim do ano.
Histórias de reconstrução
Carina Castro, hoje proprietária da Boutique Carina Castro, em Canoas (RS), teve uma trajetória similar à de outros empreendedores.
Despediu-se do antigo emprego como enfermeira e resolveu unir sua paixão pela moda para criar um empreendimento com propósito. A ideia surgiu de reconectar mulheres com o espelho e com a própria moda acessível, oferecendo um atendimento acolhedor e personalizado.
As fortes chuvas forçaram o fechamento da loja por 30 dias.
O prejuízo quase colocou fim ao seu sonho, mas, com o apoio rápido e sem burocracia de R$ 24 mil, a empresária conseguiu pagar dívidas, reorganizar o fluxo financeiro e se manter em atividade.
Já Ricardo Leal, dono da Rica Indústria e Comércio, em Eldorado do Sul, passou por várias situações que o fizeram se reerguer. “Incêndio, enchente, crise… Minha loja resistiu e eu também”, reflete o empresário.
Com 30 anos de atuação, ele fundou a Long Life, fábrica de racks automotivos. A empresa já enfrentou um incêndio nos anos 80, a pandemia e as enchentes de maio de 2024, que deixaram mais de dois metros de água no espaço, danificando todo o maquinário.
Com o valor de R$ 200 mil em poucos dias, reforçou o capital de giro e recompôs o estoque, mantendo a produção e o atendimento ao Brasil e a países vizinhos.
A empreendedora Juliana Dalmaso, dona da Dalmazo Transporte, em Caxias do Sul, seguiu em um negócio predominantemente masculino, no segmento de transporte escolar, e conseguiu formar uma equipe composta 100% por mulheres, oferecendo mais segurança às clientes.
“A falta de pagamento de muitas famílias reduziu meu faturamento em 30%”, relembra Dalmaso, ao recordar um episódio em que sua renda foi impactada. Hoje, com o crédito de R$ 90 mil, já faz planos futuros de investir em sua frota e fortalecer o capital de giro.
Quem pode solicitar o crédito
- Empresas com CNPJ ativo por no mínimo 2 anos;
- Faturamento mensal entre R$ 10 mil e R$ 400 mil;
- Sede no Rio Grande do Sul, independentemente do impacto direto das enchentes;
- Histórico de crédito positivo;
- Solicitação pelo site preenchendo apenas 7 campos básicos e resposta da primeira análise automática em menos de 1 minuto no e-mail.