A polêmica expressão “perdeu, mané”, dita pelo ministro Luís Roberto Barroso em novembro de 2022, virou um dos símbolos da polarização política no Brasil e marcou uma das maiores controvérsias na carreira do magistrado. Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (9).
O comentário foi feito em novembro de 2022 e ganhou proporções inesperadas, tornando-se um dos símbolos da ofensiva bolsonarista contra o STF.
Na ocasião, Barroso caminhava em Nova York, acompanhado do colega Alexandre de Moraes, quando foi abordado por um homem que o seguia e o filmava com o celular.
O manifestante questionava a segurança do código-fonte das urnas eletrônicas brasileiras e insistia para que o ministro respondesse se as Forças Armadas teriam acesso ao sistema.
“Responde para a gente, o Brasil precisa dessa resposta, ministro. Por favor, Barroso, responde para a gente”, dizia o homem.
Sem interromper o passo, Barroso reagiu com irritação e respondeu: “Perdeu, mané. Não amola!”
A fala, registrada em vídeo, viralizou nas redes sociais e passou a ser usada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplo do que classificaram como “arrogância” do Supremo.
Com o passar dos meses, a expressão “Perdeu, mané” foi incorporada como palavra de ordem em protestos e grafites de cunho político.
Em janeiro de 2023, a frase ressurgiu de forma simbólica durante os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Uma das invasoras da sede dos Três Poderes, Débora Rodrigues dos Santos, escreveu “Perdeu, mané” com batom vermelho na estátua da Justiça.
Débora foi posteriormente condenada a 17 anos de prisão por participação na tentativa de golpe.