A Polícia Civil de Minas Gerais interditou uma clínica clandestina de internação para dependentes químicos em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Diversas mulheres foram resgatadas em condições sub-humanas.
A ação, realizada na terça-feira (30) e divulgada nesta quarta-feira pela polícia, contou com apoio da Vigilância Sanitária e da Assistência Social do município.
Segundo as investigações, o estabelecimento funcionava sem alvará, usava receituários médicos em branco e submetia internas a cárcere privado, maus-tratos e trabalho forçado. Objetos irregulares foram apreendidos e a Vigilância Sanitária formalizou a interdição do local.
De acordo com a delegada-geral Gislaine de Oliveira Rios Xavier, chefe do 2º Departamento de Polícia Civil em Contagem, o grupo visava apenas lucro, recebendo de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil de cada família. “Encontramos mulheres dopadas com coquetéis de psicotrópicos, colchões sujos, alimentos com fezes de ratos, sem acompanhamento médico ou social adequado”, afirmou.

Esta foi a 12ª clínica clandestina interditada neste ano pela Polícia Civil na área de abrangência do 2º Departamento, que abrange Contagem, Betim, Mateus Leme e Juatuba. Apenas nos últimos três dias, três estabelecimentos foram fechados, todos ligados a uma mesma organização criminosa.
O grupo, liderado por um homem de 39 anos, movimentava cerca de R$ 400 mil apenas com essas três unidades, captando vítimas pelas redes sociais e impedindo visitas familiares.
As mulheres resgatadas foram direcionadas pela Assistência Social a locais de acolhimento adequados. O inquérito segue em andamento para responsabilização dos envolvidos, incluindo a análise do uso de receituários médicos encontrados no local.