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Por que cuidar dos pés é essencial para o bem-estar do corpo todo

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Por que cuidar dos pés é essencial para o bem-estar do corpo todo

Quando pensamos em cuidados com a saúde, logo vêm à mente um check-up que pode incluir uma consulta com um clínico geral e uma série de exames de sangue, de imagem, exames de vista e até mesmo testes de esteira. Mas os pés, que diariamente sustentam todo o peso do nosso corpo, costumam ser deixados de lado. O problema é que essa negligência pode trazer consequências, afetando outras articulações, como joelhos, quadris e coluna.

Cada pé abriga uma estrutura complexa: são 26 ossos, 33 articulações e cerca de 20 músculos intrínsecos (ficam dentro do pé e controlam os movimentos mais finos), além de diversos músculos extrínsecos (que têm origem fora do pé, mas que se inserem para movimentá-lo e sustentá-lo).

O sistema de arco dos pés funciona como um amortecedor natural e uma mola. Quando está funcionando corretamente, seus arcos se comprimem levemente ao impactar o chão, absorvendo a força, e depois se expandem para ajudar a impulsioná-lo à frente. Seus dedos também desempenham um papel crucial, fornecendo equilíbrio, aderência e o impulso final a cada passo.

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“Mais de 25% dos ossos do corpo humano estão nos pés, que formam três arcos: medial, lateral e transverso. Eles são responsáveis por amortecer impactos e transmitir a força necessária para a locomoção”, explicou o fisioterapeuta Felipe Cassiano Campos, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Einstein Hospital Israelita. Caminhar, correr ou simplesmente permanecer em pé depende da saúde dos pés. “Qualquer desajuste nessa base pode comprometer a postura e gerar dores em outras articulações, como joelhos e quadris”, disse.

Segundo Campos, manter os pés saudáveis está diretamente relacionado à mobilidade e estabilidade do corpo todo. Isso vale não apenas para as atividades do dia a dia, como caminhar ou correr, mas também para a prática de exercícios.

“Quando trabalhamos a mobilidade dos pés, conseguimos melhorar a amplitude de movimento e tornar exercícios como agachamentos mais fáceis, além de favorecer atividades que exigem força e equilíbrio, como correr, saltar ou ficar na ponta dos pés”, explicou.

Apesar da importância dos pés, muitas pessoas só procuram ajuda quando sentem dor – e isso pode ser um erro. “Muitas disfunções começam de forma silenciosa. Um pé saudável garante bom equilíbrio, distribuição correta do peso e postura adequada para todo o corpo. Muitas vezes, a pessoa já está compensando um desequilíbrio sem perceber. Cuidar preventivamente é sempre o melhor caminho para evitar complicações futuras”, disse José Edson França da Silva Junior, também fisioterapeuta do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

Segundo ele, uma simples inspeção visual e exercícios específicos podem evitar problemas como calos, deformidades e até entorses. Observar o desgaste natural dos calçados e prestar atenção a dores que surgem no início ou no fim do dia também ajuda a identificar alterações precocemente.

Os problemas mais comuns

Segundo os especialistas, manter os pés saudáveis não significa apenas evitar incômodos locais. O impacto vai muito além. “Quando ocorre um excesso de pronação [movimento do pé para dentro] ou de supinação [movimento do pé para fora], por exemplo, o joelho acompanha essa alteração, o que pode levar a sobrecarga articular e aumentar o risco de lesões”, disse Silva Junior.

Nos quadris e na coluna, as compensações posturais podem resultar em lombalgia e dores pélvicas. Alterações na pisada também podem repercutir nos quadris e na coluna, aumentando o risco de lombalgia, dores pélvicas e incômodos na lateral do quadril. “Evidências mostram que desequilíbrios nos arcos plantares geram compensações posturais que afetam toda a cadeia musculoesquelética”, disse Silva Junior.

Os problemas mais comuns vão desde inflamações, como a fasciopatia plantar, até alterações estruturais, como o hálux valgo (joanete), além de tendinopatias, pé plano (arco caído) ou pé cavo (arco muito alto).

“Essas condições, muitas vezes, são resultados de sobrecarga, uso inadequado de calçados ou até de fatores genéticos. Quando o pé não funciona bem, o corpo compensa, e isso pode gerar dores em cadeia: primeiro no joelho, depois no quadril e até na coluna lombar”, alertou Silva Junior.

Segundo Campos, há sinais importantes que merecem atenção, mesmo na ausência de dor. Entre eles, desalinhamentos visíveis, como dedos deformados ou calos incomuns, instabilidade ao caminhar, tropeços frequentes ou alterações na forma de pisar. “Mudanças na sensibilidade, como dormência ou frio excessivo, também são sinais de alerta. Mesmo sem dor, é preciso investigar, porque algo na estrutura dos pés pode estar comprometido”, disse.

Boa parte desses problemas está associada a escolhas inadequadas de calçados. Saltos altos, bicos finos e sapatos sem suporte adequado podem levar a tendinites, joanetes e fascite plantar. Observar o desgaste dos calçados também é fundamental.

Estudos recentes mostram que o conforto é o principal critério na escolha do calçado, seguido de um amortecimento eficaz e liberdade para os dedos se moverem. “O tipo de tênis também deve estar relacionado à atividade: para corridas, modelos mais leves e responsivos tendem a favorecer o desempenho; para a academia, são preferíveis calçados que ofereçam boa estabilidade”, orientou Silva Junior.

Fortalecendo os pés em casa

Alguns testes fáceis, associados a pequenos cuidados que podem ser incorporados no dia a dia, ajudam a identificar possíveis limitações – mas vale ressaltar que nenhum deles substituem uma avaliação profissional. São eles:

“Esses testes ajudam a perceber falhas motoras ou posturais, ainda que sutis”, alertou o fisioterapeuta do Espaço Einstein. Além disso, realizar exercícios de fortalecimento e mobilidade é altamente recomendado para pessoas de todas as idades. Entre alguns eficazes, estão:

Fonte: Agência Einstein

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Fonte: Metrópoles

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