Ícone do site O SERINGAL

Projetos de estudantes são sucesso no estande do governo do Acre em evento de educação profissional realizado em Brasília

Os projetos desenvolvidos por estudantes do Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec) — autarquia do governo do Estado — apresentados na 5ª edição da “Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica”, que encerrado na quinta-feira, 9, em Brasília, foram considerados um sucesso. Eles destacam a oportunidade que a iniciativa representa para avanços nos trabalhos desenvolvidos.

Um dos projetos é o Biogel Fitoterapêutico, desenvolvido por estudantes da Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha. Indicado para a cicatrização de feridas e lesões cutâneas com uso de princípios de plantas como copaíba e jambu. O produto chamou a atenção de visitantes como a expositora de queijos Alessandra Vital, que experimentou o gel num pequeno corte na mão feito com a faca de cortar queijo. “Não sinto mais incômodo nem com o uso da luva”, afirmou.

A expositora de queijos no evento, Alessandra Vital (à esquerda), comprovou na prática os benefícios do biogel para aliviar um corte na mão. Foto: Dilma Tavares/Repac

“As pessoas vão perceber que a floresta tem plantas com propriedades curativas e a importância de preservá-la”, avalia a estudante Jhennifer Ferreira, uma das autoras do projeto do biogel. “Aqui tem muitos olheiros e eles vão ver que o Acre está desenvolvendo projeto que contribui com a saúde pública e que é alternativa para quem tem dificuldade de acesso aos medicamentos da indústria farmacêutica”, completou o instrutor do projeto, professor Kennedy Rocha.

Outro projeto é o Recycle CZS, um aplicativo de Internet (https://recycleczs.site/) criado por alunos do curso técnico em Comércio Exterior e Computação Gráfica do Centro de Educação Profissional e Tecnológica (Cept) Ceflora, de Cruzeiro do Sul, e que direciona o descarte adequado de produtos industrializados de uso doméstico como geladeiras e fogões.

A iniciativa chamou a atenção até de outros estudantes participantes do evento, como Alexandre Fernandes Barcelos, do curso técnico de Meio Ambiente do Instituto Federal da Estrutural (ITB), do Distrito Federal. “As pessoas ainda não conhecem muito sobre reciclagem e a importância para o meio ambiente e esse aplicativo facilita a informação e o descarte adequado”, afirmou.

Estudante brasiliense Alexandre Fernandes (camiseta branca) ressaltou a importância do projeto Recycle CZS para a educação ambiental e incentivou um dos autores que apresentou a iniciativa, o estudante Isaias Moureira, e o orientador, professor Anderson Araújo. Foto: Dilma Tavares/Repac

“O projeto foi criado exatamente a partir da observação do descarte inadequado desse tipo de entulho na nossa cidade, enquanto lá existem empresas que trabalham com reciclagem, que foram mapeadas com as informações à disposição, de graça para a população, para agendamento de coleta”, explicou o estudante cruzeirense Isaias Moureira, um dos autores do projeto.

Conforme o orientador do projeto, professor Anderson Araújo, o aplicativo está sendo aprimorado a partir do próprio retorno dos visitantes. “Essa é a primeira versão do aplicativo que, no momento, atende apenas Cruzeiro do Sul, mas depois poderá ser expandido para o estado e até para o país”, disse.

Outro projeto de sucesso foi o do peixe moqueado e do caviar de tucupi. “Trouxemos a inovação, unindo a gastronomia dos nossos produtos regionais com a culinária molecular e as pessoas estão gostando”, disse a estudante Natália Nascimento, uma das autoras do projeto que oferece degustação para os visitantes incluindo outros produtos como o canapé de pirarucu.

“É um sucesso comprovado com a grande procura pelos visitantes”, alegra-se Karolynne Almeida, uma das autoras do projeto que faz questão de explicar o caviar acreano, que usa a técnica da “esferificação do tucupi” e que, numa explicação simples, é transformado em bolinhas que estouram levemente na boca.

Explosão de sabor

“É uma explosão de sabores”, disse Fabiana Faxina, do Ministério da Educação, ao provar as iguarias acreanas apresentados pelas estudantes Karolynne (no centro à esquerda) e Natália (no centro à direita) e o orientador, professor Ivan. Foto: Dilma Tavares/Repac

“Eu achei uma explosão de sabor, porque são elaborados com ingredientes regionais, uma novidade, realmente uma iguaria gastronômica e estão de parabéns todos os que desenvolveram o projeto”, afirmou Fabiana Faxina, da secretária de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação. “Esse menu é o máximo, pois usa recursos naturais e regionais com novas tecnologias e apresenta esse resultado maravilhoso”, avaliou Brenda Kelly de Souza Menezes, que trabalha com tecnologia em eventos, em Brasília.

“A participação nessa feira mostrou que temos grande potencial e podemos ir bem além”, comemorou o orientador do projeto, professor Ivan Ferreira, que já prevê parcerias futuras com restaurantes para servirem as iguarias.

Pessoas de todas as idades, mas principalmente jovens e crianças, também afirmaram estarem encantadas com o projeto O menino e o rio, que conta em um filme de curta-metragem sobre a história do Rio Acre usando pinturas feitas com pigmentos naturais como o do urucum e da argila. Eles destacaram principalmente o caráter educativo sobre preservação ambiental.

É o caso de Rebeca Barbosa, estudante do ensino fundamental da região administrativa de Samambaia, no Distrito Federal, que estava acompanhada do irmão menor e do amigo dele.

A estudante de Samambaia, no Distrito Federal, Rebeca Barbosa (na foto com o irmão menor e o amigo dele), destacou a importância ambiental do projeto O menino e o rio, apresentado pelo estudante Vitor Ian (com os quadros pintados pelos estudantes na mão) e orientadoras Priscila Miranda e Jessiane Pitt. Foto: Dilma Tavares/Repac

Ela destacou a importância ambiental do projeto O menino e o rio, apresentado pelo estudante Vitor Ian e pelas orientadoras Priscila Miranda e Jessiane Pitt. “Uma das coisas interessantes são os produtos que eles usam para pintar a história. Tudo feito a mão”, disse reforçando que o projeto e a forma de contá-lo “é muito interessante para educar as crianças”, destacando a sua importância principalmente para o meio ambiente.

Essa também é a avaliação de outra estudante, Yasmim Batista. “Muito interessante e muito bem explicado, principalmente sobre as tintas naturais, sobre a preservação do meio ambiente, e dá para ver que deu muito trabalho. É um projeto que vai pra frente”, afirmou ela.

“Isso é muito importante, porque estou trazendo não só o meu trabalho, mas de 25 alunos da minha turma e a gente mostra a nossa cultura, os impactos ambientais, o nosso rio, os problemas e, também as belezas dele, como uma forma de incentivo para as pessoas cuidarem mais do meio ambiente”, comemora o estudante Vitor Ian, um dos autores do projeto.

Orgulhosa com o desempenho e participação dos estudantes no evento, uma das orientadoras do projeto O menino e o rio, professora Jessiane Pitt, concluiu: “Eles já estão preparados para andar com as próprias pernas e entrar no mercado de trabalho com muito conhecimento, competência e experiência.”

Sair da versão mobile